
Uma narrativa contada várias vezes…
Por Vicente Criscio
Nesta última quarta-feira o espn.com.br publicou uma matéria com a chamada “Presidente da CBF se manifesta sobre candidatura de Ronaldo Fenômeno e revela estudo sobre gramados sintéticos após protestos” (o grifo é nosso).
Pronto! Poderíamos terminar o post aqui e deixar o querido leitor do 3VV tirar suas próprias conclusões.
Só que não!
Veja abaixo o trecho da matéria que cita o tal estudo.

Nos últimos, sei lá, dois meses, um pouco mais, um pouco menos, temos sido bombardeados pela mídia com notícias sobre “dirigentes” de clubes no Brasil (de Flamengo, SPFC, …), sobre jogadores (coincidentemente alguns deles também jogam nesses clubes), e até mesmo de jornalistas “especialistas” em gramados (ops) e fisiologia esportiva, defendendo o gramado natural em detrimento do sintético.
A “cobertura” na mídia sobre o assunto tem sido intensa. Tão intensa que tem cheiro de ser “orquestrada”, tem cara de ser “orquestrada” e se der uma lambida nela, vai ter gosto de ser “orquestrada”.
O que a maioria destas matérias – que dão voz a quem demoniza o gramado sintético – não falam é o contraponto: existem estudos técnicos, vários, que contradizem essa narrativa.
Nesse link veremos pela enésima vez que os estudos não são conclusivos sobre a maior incidência de lesão em atletas ocorrer em gramados sintéticos.
O fisiologista Turíbio Leite nesse link também fala sobre o tema.
Em nossa coluna Allianz the Best, Claudio Baptista Jr. aborda essa questão.
Já o colunista Rodrigo Mattos, do UOL, tratou o tema do ponto de vista que tem que ser falado: o impacto financeiro negativo para o Palmeiras se eventualmente os gramados sintéticos no Brasil forem banidos (o link é apenas para assinantes) .

Mas para que servem os estudos técnicos e opiniões de especialistas não é mesmo? Nesse momento todos passaram a ser experts em gramado sintético. Teve até jornalista que defendia que o jogador do clube deveria escolher o piso onde ele joga.
Pergunto se o jornalista escolhe a cadeira da emissora onde ele repousa sua bunda para trabalhar.
Na verdade o que está por detrás de todo esse bla bla bla é o inconformismo de alguns clubes com os resultados financeiros e esportivos do Palmeiras pós Allianz. Nossa Arena é um caso único e de muito sucesso no futebol brasileiro sobre como uma Arena ajudou em todo o processo de reestruturação financeira e esportiva de um clube de futebol.
Dentre alguns motivos pelo atual estágio esportivo e financeiro do Palmeiras está o Allianz. Mas no que o Allianz Parque ajudou nisso? Vamos citar alguns exemplos:
- O Avanti foi impulsionado: uma arena confortável, moderna, aumentou a ocupação, e o Avanti era o caminho natural para o torcedor garantir seu ingresso em dias de jogos;
- As receitas de bilheteria se multiplicaram: maior número de cadeiras, ticket médio maior, maior ocupação, multiplicou esta linha de receitas;
- A parceria com a WTorre, apesar de inúmeros contratempos e discussões na Câmara de Arbitragem, é um sucesso. O Naming Rights foi o primeiro no Brasil com enorme sucesso. Atualmente estima-se que as receitas giram em torno de R$ 27,5 milhões anuais, em um contrato de 30 anos entre Allianz Seguros e WTorre. E Palmeiras ganha uma escadinha, de 5% a 30% de participação das receitas (conforme os anos passam) nos naming rights bem como nas vendas de camarotes, supply rights, cadeiras especiais.
- O Palmeiras ganha ainda 20% das receitas da WTorre em eventos não esportivos;
- E além de tudo isso tem direito a 100% da bilheteria.
Sem colocar um tostão nos custos.
O Allianz gerou ainda maior visibilidade. Ajudou a conquistar títulos. Isso fez as receitas de transmissão, premiação, e mesmo publicidade e patrocínio crescerem.
E como o Allianz entrega tudo isso? Um dos fatores críticos do sucesso para esse resultado é a capacidade do Allianz Parque estar sempre operando. Seja em jogos, seja em shows. Isso aumenta sua rentabilidade, além de incrementar sua atratividade para patrocínios, shows, eventos.
E para ele estar sempre operando é necessário que o gramado seja adaptável. Tanto para uma boa recuperação, pós shows, quanto para agilizar a montagem e desmontagem de palco. Dessa forma o Palmeiras pode jogar um ou dois dias após o show.
Ora, se o gramado voltar a ser natural, perderemos essa flexibilidade. E nesse caso teremos uma das duas situações: ou o Palmeiras vai jogar em gramados machucados por conta dos shows e assim vai prejudicar seu futebol (e seu desempenho); ou vai ter que realizar menos jogos no Allianz como mandante, perdendo uma vantagem competitiva muito importante.
E é isso que nossos adversários querem! Não tem nada de preocupação com saúde física de atleta ou qualquer outra baboseira do tipo. O objetivo aqui é enfraquecer o time que mais cresceu em termos de receitas e conquistas esportivas após a revitalização de sua nova Arena.
Então fica a pergunta: o que nossa querida e competente direção está fazendo para evitar que essa narrativa acabe gerando decisões da CBF que irão prejudicar o modelo de negócios do Allianz Parque e portanto prejudicar diretamente o Palmeiras?
Ou será que estão todos calmos na Rua Palestra Itália?
Saudações Alviverdes!
***
Comments (6)
MARIO
Concordo com 99% do texto. Discordo quando insinua que a diretoria nada faz, não é verdade, ela já se posicionou sobre o assunto com clareza e objetividade, agora se para você se posicionar é fazer “jogo de bastidor” como alguns clubes fazem, então seremos como os outros e isso não somos.
Não sou fã de Dona Leila, muito pelo contrário, mas me parece que neste tópico ela age dentro das 4 linhas, coisa que nem todos fazem.
Cláudio Longo
Te elogiar é um ato obrigatório, admirar seu trabalho é estar de frente a qualquer obra de Michelangelo e tentar desvendar o instinto artístico concretizado pela traço incrível que temos como parâmetro , desta forma , mais uma vez te agradeço por expor a verdade de forma literal ,bem extrema expertise, afinal a luz lançada , ilumina o ambiente.
lito
É isso aí Vicente. Verde é a cor da inveja. O glorioso presidente da CBF só tomou essa atitude por causa do “menino” Neymar. E o tal de Lucas disse que não é por causa de clubes kakakakakakaka. Vamos ver a força de nossa diretoria agora.
Donato, o Lúcido
Vou colocar meu ponto de vista ampliando o contexto.
Vivemos em um pais que, infelizmente, deu errado. Classe política corrupta, imprensa suja, classe intelectual e artística oportunista, judiciário desonesto, e um povo sem a menor noção de civilidade, fadado a pagar impostos pesados pra sustentar as benesses dos poderosos, que sonha em ter uma “mãe gentil” mas que tem uma madrasta cruel.
O exemplo máximo do achincalhe é ilustrado através da história de um ladrão que fora condenado em três instâncias e preso por seus crimes mais do que comprovados, porém foi solto por uma manobra sórdida de uma corte pervertida e alçado à presidência dessa republiqueta de bananas.
Pergunto: Dá pra levar a sério?
No futebol, segue-se a mesma cartilha canalha. CBF, que dispensa apresentações, juntamente com alguns ex-atletas em atividade, do naipe de neymar, gabigol e outros, subsidiados por elementos do naipe de mauro cezar pereira, juca kfoury, milly lacombe, pvc e afins – lembro que não há erro de português em escrever nomes de trastes com iniciais em minúsculo – tentando prejudicar o mérito.
Por que não se juntam pra falar dos clubes que não honram seus compromissos, mesmo recebendo forte subsídio estatal?
Enfim, o Palmeiras que se prepare e a WTorre que já comece a estudar alternativas, pois sabemos bem onde essa história vai terminar.
E que nosso povo se inspire no exemplo dado pela população de Tramandaí/RS, que, na ausência de justiça, a fez com as próprias mãos. Você que possa estar lendo esse comentário agora e se escandalizando, te digo que é preferível a justiça com as próprias mãos do que a ausência de justiça.
Pinho – Bauru, SP
Na mosca!!!! Certeiro!!! Aguardemos a passividade da Tia…
Claudio Baptista Jr
Goebbles! Primário!