Vitor Roque… vivendo o presente e esperando o futuro

Crédito: Cesar Greco, Canon, Palmeiras

Por Vicente Criscio

A vinda de Vitor Roque parece ter colocado um ponto final no assunto “renovação do elenco”.

Considerando as contratações dos últimos 10 meses a atual Diretoria trouxe:

  • Felipe Anderson
  • Maurício
  • Giay
  • Paulinho
  • Facundo Torres
  • Emiliano Martinez
  • Fuchs
  • Micael
  • Lucas Evangelista (a ser anunciado)
  • Vitor Roque

Além disso, conseguiram vender jogadores e abrir espaço na folha salarial, rentabilizando em cima de ativos que já não viviam seus melhores momentos: Rony, Zé Rafael, Gabriel Menino, Caio Paulista e Dudu (só não rentabilizaram nesse último porque a torcida se meteu no meio da negociação ano passado e deu no que deu).

Dessa forma, e finalizado esse processo, há que se reconhecer que este ano houve uma forte renovação de elenco. Com um outro fator positivo: após essa janela o time terá diversas peças jovens (25 anos ou menos) que podem vir a ser a espinha dorsal de mais um ciclo vitorioso: Facundo Torres, Paulinho, Maurício, Richard Ríos, Anibal Moreno, Martinez, Giay, Fuchs, Micael, Flaco López e agora Vitor Roque, além de todos as “crias da base” (Naves, Vanderlan, Benedetti, Thalys, …).

Entretanto existem críticas de boa parte dos torcedores argumentando que a renovação foi atrasada. Que tinha que ter sido feita um ano ou até dois anos atrás.

Deveria ter sido feita? Poderia ter sido feita?

Timing da renovação e o benefício da dúvida

O grande tema sobre a demora na renovação era o momento dela se iniciar. Olhando em retrospectiva, iniciar um processo de renovação no início de 2023, após as Libertadores de 2021 e da campanha de 2022, pareceria uma decisão precipitada. Aparentemente não era o esperado nem desejado por Abel Ferreira. O treinador foi bastante vocal sobre a necessidade de se fortalecer algumas posições – uma delas era a substituição de Danilo, onde Aníbal Moreno veio com um ano de atraso, nas palavras do próprio Abel. Mas não se dava sinais de necessidade de reformulação de elenco, como percebemos no final de 2024.

E deve-se considerar que, ao final de 2022, depois de tantas vitórias e títulos, o mínimo que essa comissão técnica e esse grupo mereciam era o benefício da dúvida. Se o técnico queria manter o elenco, apenas com reforços pontuais, estava certa a Direção em seguir esta orientação.

E assim, bem ou mal, foram campeões brasileiros novamente em 2023.

Aí veio 2024. Reformular ou não reformular? Um certo déjà vu de 2023 ocorreu. Contratações pontuais, menor do que era esperado, e um título Paulista e um vice campeonato brasileiro.

Após o fim da temporada de 2024, caiu o mundo. Por que não fizemos a reformulação? Anderson Barros, Presidente, e até mesmo Abel Ferreira foram para o paredão.

Claro, com o resultado abaixo do esperado da temporada do ano passado ficou mais fácil afirmar que a renovação que estamos vendo agora poderia ter se iniciado um ano antes. \para piorar, a “demora” deixou o mercado mais competitivo. A receita antecipada que os clubes da LFU (Liga Forte União) receberam ao longo de 2023 fez com que os clubes partissem para as compras no ano seguinte e inflacionaram o mercado.

Além disso, dada as vendas de Endrick, Vitor Reis e Estêvão, e os milhões de euros entrando na conta do Palmeiras, quaisquer jogadores que eventualmente pudessem interessar ao Verdão ficavam muito mais difíceis de serem contratados.

Capacidade de investimento: antes e depois das “crias”

Outro fator que determinou que as contratações ocorressem agora e não uma ano atrás foi o aumento da capacidade de investimento do Palmeiras. A venda das “crias da base” deu robustez no caixa, coisa que não acontecia antes, mesmo com receitas crescentes.

Endrick, Luis Guilherme, Vitor Reis e mais recentemente Estêvão fizeram a diferença nas receitas principalmente a partir de 2024. Ao mesmo tempo, há uma perspectiva de aumento de receitas recorrentes com os novos contratos de patrocínio, renovação com Puma, e outras fontes de receitas.

Ou seja, se em 2023 havia ainda constrangimentos financeiros para a reformulação, a partir do meio de 2024 tudo passou a convergir para contribuir nesse caminho. Desde as receitas do clube, passando pelos resultados do time, assim como as condições de mercado.

O quadro abaixo é do portal UOL/Esporte. Nele não foi considerado o valor de adiantamento da venda de Estêvão para o Chelsea, que deve ter gerado R$ 160 milhões adiantados, o que “zeraria” a conta (hipoteticamente falando, dado que tanto as chegadas quanto as saídas geram pagamentos e recebimentos parcelados). A partir deste quadro percebemos que apenas neste ano de 2025 foram investidos R$ 424 milhões.

Convenhamos, não é pouca coisa.

Paciência, e concentração no presente e futuro

Vitor Roque (R$ 155 milhões) e Paulinho (R$ 114 milhões) devem ser os jogadores brasileiros mais caros já contratados por um clube brasileiro na história. E, como esperado, negócios desse porte não são simples de se concretizar.

Paulinho, por exemplo, disse que essa foi a terceira vez que o Palmeiras tentou contratá-lo.

Já o Vitor Roque quase foi contratado em Agosto de 2024, mas também acabou não dando certo.

Ou seja, as contratações de agora foram também consequências desse “namoro” com os jogadores que já ocorriam no ano passado. Então, mais uma vez, a paciência nesses casos é muitas vezes uma virtude.

A diretoria poderia ter contratado naquela época um plano B ou C em 2024? O Palmeiras estaria hoje melhor se tivesse contratado um William José da vida ano passado? Quem pode afirmar? Talvez tivesse brigado melhor nas Copas e pelo título do Brasileiro? Talvez sim, talvez não. Não existe resposta objetiva.

Por tudo isso, e pelo que temos agora no elenco, o palmeirense deve se concentrar no presente e pensar no futuro. Esquecer o que poderia ter sido feito no ano passado ou retrasado. Apoiar – como Abel costuma insistir em suas entrevistas – e passar a ter melhores expectativas sobre 2025.

A partir desta segunda feira, dia 3 de março, temos finais do Paulista como aperitivo, um Brasileiro a seguir, um início de Libertadores, e em junho, o Super Mundial. E depois mais Brasileiro e Libertadores. Além de Copa do Brasil.

E podemos afirmar que temos um time hoje com potencial bem maior do que o que tivemos nos últimos anos.

Concorda? Discorda? Deixe a sua opinião nos comentários….

Saudações Alviverdes!

***

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Comments (1)

  1. Bom dia Vicente, antigamente dizíamos que discutir o passado era uma ciência exata, ou seja, o resto é pura especulação. O que foi, foi………………….
    Temos que olhar para o futuro com os pés no presente, e o nosso presente hoje me parece muito bom. Se teremos um ano melhor que 2024 não dá para cravar, mas que o cenário é mais animador, com certeza é.

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