Vote no causo de dia dos pais que você mais gosta
Amigos do 3VV.
No dia dos pais fizemos uma promoção sobre qual história você tem com seu pai (ou avô, ou filho) que remete ao Palmeiras e a esse dia tão especial.
Recebemos algumas histórias muito bonitas de nossos leitores e ficamos agradecidos por compartilharem aqui conosco.
Como prometido, tínhamos a difícil tarefa de escolher três histórias para depois a audiência escolher a sua história preferida. Escolhemos CINCO!
Seguem os cinco causos escolhidos. Cada um deles já ganhou uma camiseta promocional do 3VV que será presenteada em nosso evento de fim de ano.
E o causo mais votado vai ganhar ainda o livro de Rodrigo Barneschi, Forasteiro.
Seguem os causos. E votem no seu preferido.
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Causo 1: Vicente Laganaro – A derrota unindo pai e filho
Forte abraço aos amigos do 3VV, feliz Dia dos Pais a todos. Segue meu “causo”:
(a propósito, trata-se do jogo Palmeiras 2×3 Inter, semifinal do Brasileiro de 79)
E já que estávamos nos anos 70… Numa maternidade qualquer – inquestionavelmente paulistana – a quem passava pelo corredor do quarto 103 era inevitável pregar o olho na porta e mesmo chegar mais perto pra ver, diante da própria incredulidade. Bem, o par de chuteirinhas pendurado, esse via-se de longe. Agora, aquele pequeno “P” em branco, estilizado, costurado por sobre um tecido acetinado de cor verde…o que era aquilo?
– Alô?! Tio, nasceu mais um palmeirense no mundo! – Esse era meu pai e sua primeira frase após meu nascimento, traçando em poucas palavras o estigma que me acompanharia por toda minha existência.
Efetivamente, a primeira lembrança que guardo da minha palestrinidade, quero dizer: quando tudo começou conscientemente para mim – excluindo obviamente as frases ensinadas na tenra infância e imputadas à minha inocente brancura de criança (“fala ‘Palmeiras’, filho, vai! Pal-mei-ras, isso…” ).
Pois bem, o tal “início de tudo” foi ainda no final dos 70’s. Eu tinha uns cinco anos. Era um jogo importante, porque meu pai se preparou religiosamente, com direito a camisa, aquecimento etílico e grito de guerra. A cada gol, inadvertidamente, o Velho (que nem era velho na época) me jogava pro alto, gritando palavras que eu não entendia.
Onde estava minha mãe pra me salvar? No meu íntimo – claro, eu já tinha um “íntimo”, embora ainda nem tivesse consciência de mim mesmo – no íntimo, perguntava-me o que fazia um pai-de-família respeitável, aquele meu grande herói, perder completamente a compostura por causa de um jogo?
Ainda não entendia a essência da coisa, mas, naquele dia, a semente germinou sem que eu soubesse, mesmo que pelo lado inverso: o silêncio e a tristeza do final do jogo me contagiaram e ficamos – meu pai e eu – calados e emburrados, com os braços cruzados a esperar – ambos – o consolo da mãe que não chegava.
Acho que aquela dor compartilhada acabou forjando o meu destino.
***
Causo 2: José Roberto Tammaro – Terapia de choque
Era bem no inicio dos anos 90.
Morávamos na bucólica Granja Vianna na cidade de São Paulo e o SPFC ganhava tudo. O Palmeiras numa fase pré Parmalat sofrendo demais.
Um dia fui buscar meus filhos, Luiz e Priscila, na escola e na volta escuto os dois entoando o hino do SPFC.
Fiquei possesso. Parei o carro na avenida São Camilo e sob protestos da minha esposa fiz os dois descerem do carro e os larguei ali. Me retirei até um ponto em que ainda conseguia vê-los e voltei de ré. Os dois choravam e eu perguntei para qual time torciam. E ambos falaram de pronto: Palmeiras pai!
Ótimo
Alguns dias depois a cena se repetiu e chegando em casa tranquei os dois no canil com nossos três cães de guarda.
Choraram e gritaram por cerca de duas horas. Voltei e perguntei novamente para que time torciam !!!
Hj são tão ou mais palmeirenses do que eu!
***
Causo 3: Fabiano Gemignani – Obrigado Zé Riva
Perdi meu avô na última quinta-feira, 5 de agosto. Então essa é minha homenagem para ele.
Já vi começar a torcer para um time por causa de uma grande vitória, pela influência de algum parente ou por admiração a determinado jogador, mas por causa do barulho foi a primeira vez.
Nascido em Conquista, nas Minas Gerais, em 1933 o Riva nunca deu importância ao futebol. Só tinha ouvido falar de um time que tinha sido chamado, pelo rádio, de campeão do mundo, mas era para ele, era mais uma notícia apenas. De futebol não gostava e pronto!
Com 27 anos, morando em Rolândia, resolveu como tantos outros, vir para a cidade grande, a São Paulo das oportunidades. Arrumou emprego na Brinquedos Trol, ali na esquina da Rua Diana com a Rua Padre Chico perto do Parque Antarctica. Em 1960, sem muitos prédios parecia que era mais perto ainda. Para arrumar esse trabalho, precisou comprar duas galinhas: uma pro parente que indicou e outra pro futuro chefe…
Já na primeira semana de trabalho, tomou um susto, quando ouviu o barulho ensurdecedor do grito de gol da torcida do Palmeiras. Aquilo não era normal. Não entendeu direito, um colega de trabalho explicou. No intervalo, foi pra fora da fábrica pra entender um pouco mais.
Passado o tempo, acostumou-se e até ficou curioso. Tempos depois criou coragem e numa noite, que chamou atenção pelo número gigantesco de torcedores que passavam pela fábrica em direção ao estádio, resolveu verificar de perto o fenômeno dos gritos. Largou o serviço, sem aviso, se dirigindo para a porta do Parque Antarctica.
“O que foi Zé?” – Perguntou o chefe.
“Hoje eu quero saber o que é isso!” – Responde o Zé, cismado e curioso. Não tinha dinheiro e nem que tivesse, aquela noite não havia ingresso disponível. Ficou lá fora, junto com milhares de outros torcedores, ouvindo, entendendo e aos poucos, participando.
Quando Jorge Mendonça marcou o gol que deu o título ao Palmeiras em 76, o Zé Riva vibrou junto com a multidão, como se gostasse de futebol e fosse palmeirense desde o berço. Na verdade, já era, só ele que não sabia ainda… O grito de gol da torcida foi a revelação!
Esse era meu avô… Ah, um detalhe: como abandonou o posto no emprego teve o seu salário do dia e do domingo remunerado descontado. Minha avó nunca entendeu direito porque, naquele mês, o salário veio menor….
Quanto a mim sigo a tradição, daquele que primeiro veio a ser da Famiglia e em seguida, do Palmeiras. Sou muito PALMEIRAS e mais ainda desde 12/06/1993, quando vi pela primeira vez, uma lágrima escorrer pelo rosto dele!
Obrigado, Zé Riva, por me deixar como herança, essa maravilhosa Famiglia Palmeiras!
***
Causo 4: Marina Donato – Um pai muito lúcido
As histórias que eu e minhas irmãs temos com nosso pai e o Palmeiras são inúmeras.
Primeiro, todas nós (somos em quatro) saímos da maternidade com roupinhas do Palmeiras. E crescemos praticamente acreditando que o Palmeiras era nossa pátria.
Minha irmã mais velha, Ana Laura, com cerca de três anos já sabia o hino. E quando minha irmã mais nova, Isabela (com 9 anos atualmente) se formou na educação infantil chegou indignada em casa, dizendo que a professora tinha ensinado o hino errado.
Quando meu pai perguntou por quê, ela disse: “porque não é ‘Palmeiras, meu Palmeiras, meu Palmeiras’!” .
Nosso pai nos ensinou a defender nosso time com unhas e dentes, como a vez em que era pequena e briguei com meu avô (que é São Paulino), por falar coisas ruins do Palmeiras, e me recusei a voltar na casa dele até ele se desculpar.
Além de tudo isso, temos todas as lembranças dos jogos e finais, principalmente uma no meu aniversário, em que meu pai me acordou já tarde comemorando nossa vitória na Copa do Brasil de 2015.
E pra finalizar, uma história da minha irmã Fernanda, de 12 anos hoje, que fez meu pai levá-la nas costas da casa da minha avó, na rua Clélia até o Pacaembu para ver o jogo, e no caminho tomou seis sorvetes.
***
Marcos Donato – Um pai (ou avô) mais lúcido ainda
Primeiramente, agradeço ao 3VV por esta iniciativa.
Há muito tempo venho ensaiando escrever sobre como me tornei Palestrino e agora veio a oportunidade de homenagear e agradecer ao meu irmão e ao meu pai, por me ajudarem a ser Palmeirense, motivo de orgulho e alegria para mim.
Meu irmão é nove anos mais velho que eu. E, antes de se tornar torcedor do SPFC, clube para o qual torce, torceu brevemente para outros clubes, entre eles, o Palmeiras entre os anos de 77 e 78, quando eu tinha 4 pra 5 anos e começava a me interessar por futebol.
O exemplo do meu irmão, aliado ao nosso lindo uniforme verde e, com a presença de jogadores como Jorge Mendonça, Leão e Pedrinho foram a chama que acendeu a paixão que perdura até hoje.
E meu pai, também torcedor do SPFC desde os tempos de Leônidas, foi o combustível que não só manteve a chama acesa, mas a transformou em um incêndio de grandes proporções.
Ao invés de tentar me demover da ideia de torcer para o Palmeiras, prontamente correu a uma loja de material esportivo na rua Joaquim Floriano e me comprou uma camisa de cada uniforme do Palmeiras. A verde número 4 e a branca, número 7. Fato é que naquele tempo tinha-se de comprar a camisa, depois bordar o distintivo e o número. Tarefa esta que coube à minha mãe (a quem cabem agradecimentos por sempre ter costurado minhas bandeiras – uma delas a de 93, está comigo até hoje).
Aos meus 5 anos de idade, eu mal sabia o que me esperava nos anos seguintes. E nem preciso detalhar aqui.
Mas voltando ao meu pai, de 1980 (primeira vez que fui a um jogo do Palmeiras) até 1992, meu pai praticamente deixou de ir aos jogos do clube dele para me levar aos jogos do Palmeiras, além de me presentear, constantemente, com camisas e outros produtos da SEP. Lógico que havia a rivalidade, principalmente quando haviam os “Choques-Rei”, onde, sempre que possível, assistíamos presencialmente. Mas é inegável que meu pai teve participação decisiva para que eu me tornasse o Palmeirense que sou.
Ah, e também um agradecimento especial para minha irmã, que apesar de torcedora do SPFC, em 12/06/1993 torceu fervorosamente por nós.
Hoje, meu pai tem 85 anos. Torço para que eu possa assistir a mais um Choque Rei no estádio, junto com ele.
Um feliz dia dos Pais a todos os papais, independente do clube de coração.
Comments (20)
João
Voto no causo 4
Donato, o Lúcido!
Bom dia!
Alguns votantes não estão conseguindo votar pois o site, neste momento (15/08 – 11:30 hs) não abre a opção de votos. Grato
3vvAdmin
Aqui nao aparece esse problema. geralmente quem já votou nao pode votar de novo. tenta limpar o cache do browser.
FABIANO RIVA GEMIGNANI
O problema é constante. Todos os dias, as pessoas para quem indico a leitura do site e querem votar, me avisam que bloqueia antes mesmo de votar, só aparece o resultado. Tenho percebido a intermitência ao longo dos dias, hora funciona, hora não funciona (3 amigos acabaram de reclamar pra mim que não conseguiram votar).
Angelina Pitta Rosa
Amei a descrição!
Luiz Foz
É “doido” Zé, fazer isso com o Lu e Pri…!!! Kkk
Alexandre Carasso
Caso 2
3vvAdmin
Caros o voto é na enquete que está no post.
Celso Commisso
Me identifiquei muito com o caso 2. Também tive que utilizar um tratamento de choque com meus filhos.
Sergio Talarico
Voto no 2
3vvAdmin
Caros o voto é na enquete que está no post.
Plinio
Voto no 2
3vvAdmin
Plinio… precisa votar na enquete dentro do post. Manda lá. Abs
Pinho
Belas histórias…. parabéns Palestrinos!
Solange Borregas
Voto no 4
Artur
Voto no 2
3vvAdmin
Oi Artur. Precisa votar na enquete dentro do post. Manda lá. Abs
João Francisco Ferrari Duch
Voto no causo 3. Sem dúvida o melhor.
Mané
Voto no 2
3vvAdmin
Olá Mané. Precisa votar na enquete dentro do post. Manda lá. Abs