Arbitragem na R09: confusos, distraídos ou ruins?

Por Claudio Baptista Jr.

A
arbitragem dessa rodada continuou colaborando com minha opinião que o
futebol tem que evoluir visando minimizar o poder dos árbitros e dar
mais dinamismo ao jogo.

Deixar que momentos importantes e
decisivos dos jogos sejam vítimas da interpretação de três pessoas é
temerário, tanto para o esporte em si como no contexto atual do futebol
como produto. Ninguém gosta de injustiças, inclusos aí os que colocam
dinheiro nesse produto. Hoje temos três pares de olhos, amadores e
muitas vezes mal preparados, para arbitragem momentânea e milhares de
outros (TV’s e espectadores) para apontarem o dedo e detentores de
recursos disponíveis ao esporte.

E através desta visão, iremos
inserir em outros posts algumas sugestões para simples debates apenas
com a intenção de nos fazer refletir um pouco. Iremos falar sobre o
“Poder dos Árbitros” e abordar propostas a fim de minimizá-los.

Agora vamos ao foco do post de hoje que é a R09.

Nosso
jogo contou com a arbitragem de Evandro Rogerio Roman (Fifa-PR) mais os
auxiliares Milton Otaviano dos Santos (Fifa-RN) e Claudemir Maffessoni
(SC).

Escolham como vocês querem adjetivá-los na atuação deste último domingo: confusos ou distraídos ou ruins ou tudo isso.

O
Palmeiras começou o jogo perdido em campo e acabou cometendo uma série
de faltas iniciais para tentar frear a correria atleticana. Aliás,
perdido o Palmeiras ficou por quase todos os 90 minutos, assim como a
arbitragem.

O Gol do Atlético

Foi originado através de um escanteio inexistente. Coisinha tola, não?

E
por falar em escanteio, o árbitro e o auxiliar posicionado no ataque do
Palmeiras no 1°t só poderiam estar muito distraídos ao marcar tiro de
meta em um cruzamento do Fabinho “Capixaba” que a bola desviou MUITO na
zaga do galo.

Pênalti para o Atlético

Jogada
para tiro indireto. Não foi pênalti e o Marcão se encarregou de colocar
tudo no lugar. O pênalti deveria voltar porque na batida o Gladstone
invade a área antes da cobrança, só que existe um detalhe importante já
mencionado: o pênalti não deveria nem ter sido marcado.

Impedimento mal marcado

O
Marcos ajudou a arbitragem mais uma vez ao sair nos pés do atacante
adversário, evitando uma jogada de gol, na qual o jogador atleticano
recebeu a bola em posição legal, mas o auxiliar marcou impedimento.
Neste lance os mineiros não podem alegar que o seu jogador perdeu o gol
porque “relaxou” ao ver a marcação do impedimento. O Marcos saiu rápido
sendo que o atacante só percebeu a marcação do impedimento após o lance.

Punições

Ao
menos percebi na arbitragem a intenção de considerar as orientações da
comissão de arbitragem. Claro que tivemos algumas exceções como uma
falta mal aplicada em uma jogada rasteira do Gladstone e uma falta
recebida pelo D. Souza na lateral do campo sem a aplicação de cartão
amarelo ao jogador do Atlético sendo que em momentos antes, em jogada
similar, o árbitro aplicou cartão amarelo ao nosso jogador.

Foram
50 faltas no jogo. Número muito alto. A moda é falar que no futebol
europeu o árbitro deixa o jogo rolar mais, não marca qualquer coisa, só
que tenho opinião divergente. O jogo europeu pode ser mais disputado,
corrido, por vezes com entradas bem fortes, só que vejo lealdade ao
esporte. Existem vários jogos em ritmo acelerado sem um número
excessivo de paralisações, simplesmente porque os jogadores não estão
preocupados em ficar parando o jogo.

Por aqui não é o árbitro
que não deixa rolar o jogo e sim a cultura do jogador de querer sempre
parar a jogada. Claro, existem árbitros que o fazem, só que vejo no
jogador brasileiro e extrapolando um pouco, no futebol sul-americano,
um tal de faltinhas simples (obstruções, empurrões laterais, pequenas
rasteiras, totosinho no tornozelo…) nas laterais do campo, no campo
adversário… E estes lances também são faltas, portanto devem ser
marcadas.

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Demais partidas

Figueirense x Vasco
Estava
0 x 0 quando um jogador do Figueirense sofre pênalti (falta sobre a
linha da grande área), porém o árbitro marcou falta fora da área.
No
segundo tempo, quando o jogo já se encontrava em 1 x 1, o Figueirense
virou o jogo mas o auxiliar marcou impedimento inexistente.
Dois
lances. Um resultando em gol e outro com enormes possibilidades de se
tornar um. Em ambos, interpretação a favor da equipe do Edmundo. O
Dinamite estava nas tribunas.

Goiás x Fluminense
Neste
o árbitro ignorou as recomendações da arbitragem e arbitrou como a
imprensinha e os times truculentos querem. Pancadaria rolando solta.
Deve ter passado pela cabeça do árbitro: “Deixa o Fluminense se sentir um pouco mais em ritmo de Libertadores”.
Houve um pênalti claríssimo a favor do Goiás ignorado pela arbitragem.

Internacional x Coritiba
O
jogo se encontrava em 0 x 0 quando houve um lance discutível na linha
lateral da grande área do Coritiba, onde o time gaúcho reclamou muito
da não marcação de um pênalti.
Na seqüência eu vi a marcação de um pênalti a favor do Internacional bem no estilo Ubado Aquino.
Pois
é, meus amigos. O Beira Rio tem pressão. Para ficar na história bem
recente, com a palavra o Paraná na Copa do Brasil. Alguém aqui se
lembra de alguma partida decisiva que o Internacional foi prejudicado
no Beira Rio? Obviamente excluí-se daí jogos contra o Grêmio.

E para finalizar, como ainda existe um cheiro de Libertadores,
possivelmente aquele gol mal anulado da LDU no final da prorrogação não
teria acontecido simplesmente porque no jogo poderia ter terminado
durante os 90 minutos. Na minha opinião o Fluminense foi prejudicado em
um pênalti não marcado sobre o Washington e houve outro pênalti não
marcado sobre o Cícero em jogada que o árbitro assinalou erroneamente
impedimento. Para quem diz que a performance do Fluminense na decisão
dos pênaltis não daria nestes lances a certeza de gol, eu digo que a
pressão e clima do jogo, bem como a condição física dos jogadores era
muito diferente naqueles momentos.

E nós sabemos bem o que é decisão de Libertadores contra equipes estrangeiras.

Obs: não torci pelo Fluminense. Este ainda deve uma passagem pela segundona.

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*Claudio Baptista escreve interinamente
(substitui Danilo Cersosimo) às 4as feiras neste blog
analisando a arbitragem do jogo do Palmeiras e outras
“coisas” que os juízes fizeram na rodada anterior