
Análise da arbitragem de Matheus Candançan em COR 0x0 SEP
Por Oiti Cipriani
Corinthians 0x0 Palmeiras
Data 27/03/2025
Local Itaquerão
Campeonato Paulista 2025 – 2ª partida final
- Matheus Delgado Candançan
- Árbitro assistente 1: Neuza Ines Back
- Árbitro assistente 2: Danilo Ricardo Simon Manis
- Quarto árbitro: João Vitor Gobi
- Quinto árbitro: Fabrini Bevilaqua Costa
- VAR: Daiane Muniz
Árbitro
Nascido em 6 de junho, 1998, portanto idade de 26 anos. Engenheiro por profissão.
Fez sua estreia na liga principal em 29.07.2023, Árbitro da FIFA: desde 2025. No campeonato paulista de 2025, entrou em campo em 13 jogos, mostrando 65 cartões amarelos e sete vermelhos, dois pelo segundo amarelo e cinco direto, assinalando três penalidades máximas, incluindo este jogo da final.
Análise técnica
Lances polêmicos
Único lance mais polêmico do jogo foi a ausência de cartão amarelo para o defensor do Corinthians Felix Torres, na marcação do tiro penal.
Em que pese a reclamação acintosa de Abel Ferreira (que acabou sendo expulso), o árbitro agiu corretamente. A FIFA orienta que não se deve expulsar jogador que comete pênalti, exceto em casos excepcionais, por considerar que seria uma dupla penalidade para a mesma infração.
Se o árbitro apresenta o cartão amarelo nesta jogada, seria o segundo amarelo e consequentemente expulso e iria contrariar a orientação da FIFA.
O árbitro agiu corretamente.
Trabalho de campo
Sabemos que alguns palmeirenses irão contestar a atuação do árbitro no jogo. Mas vamos contextualizar a arbitragem e a perda de campeonato:
Foi o árbitro que, precisando ganhar o jogo, escalou dois volantes de contenção? Não!
Foi o árbitro que demorou para mexer na equipe, que estava sendo dominada pelo adversário? Não!
Foi o árbitro que não arrumou uma maneira de furar a forte marcação, invariavelmente com 10 jogadores atrás de linha da bola? Não!
Foi o árbitro que perdeu o pênalti, que provavelmente mudaria o panorama do jogo? Não!
Portanto não vamos transferir para o árbitro a incompetência da equipe do Palmeiras.
O nível de arbitragem desta final foi de bom nível. Iniciou com um critério de deixar o jogo correr, quando viu que as entradas mais fortes começaram a esquentar, jogou água na fervura e começou a punir tudo. Manteve o critério único, contra as duas equipes, mesmo quando este foi alterado. O pênalti foi muito bem assinalado, e a não expulsão, conforme explanado acima, foi correta.
AVALIAÇÃO: 7,5
Disciplina
Foram assinaladas 31 faltas, 19 contra o Corinthians e 12 contra o Palmeiras.
Mostrou 11 cartões durante o jogo, sete para jogadores do Corinthians e quatro para jogadores do Palmeiras, três cartões vermelhos, um cartão de jogo para Felix Torres e um para Martinez que juntamente com Marcelo Lomba foram os escolhidos pela confusão de final de jogo.
Podemos até contestar a punição de Mayke, por uma entrada normal e foi punido. Os cartões restantes foram bem aplicados.
Depay deveria ser advertido por atitude antidesportiva, ao subir na bola, tripudiando seus adversários e gerou toda a confusão subsequente. Abel Ferreira recebeu amarelo e posteriormente o vermelho, por reclamação contra a arbitragem. Ramon Dias recebeu cartão amarelo, por uma atitude sui generis: quis auxiliar o árbitro na análise da confusão pelo monitor.
AVALIAÇÃO: 7,5
Controle de tempo
Acresceu quatro minutos no primeiro tempo;
No segundo tempo foram acrescidos 16 minutos, pelo tempo de confusão e o jogo prosseguiu até os 18 minutos de acréscimo. Nestes dois minutos acima do informado, foi pelos dois rojões jogados dentro de campo pela torcida do Corinthians, e foi muito exíguo; mas … não iria modificar em nada o panorama do jogo.
Tempo de Bola Rolando: 48’29” para um tempo total de 112’02”.
AVALIAÇÃO: 6,0
Assistentes
Ambos tiveram um trabalho bom. Foram muito exigidos, devido as confusões ocorridas, onde participaram ativamente para conter os ânimos e reclamações dos bancos.
VAR
Confirmou a assinalação de penalidade máxima contra o Corinthians e convocou o árbitro para rever as imagens da briga generalizada do final do jogo, que culminou com a expulsão de um jogador de cada equipe.
Conclusão
Conforme relatamos acima, foi um jogo de alta tensão e nesta situação fez uma arbitragem bem consistente. Levemos em consideração a baixa idade e experiência do profissional, bem como, sua recente ascensão ao quadro internacional. Árbitro com ótimo futuro na difícil arte de arbitrar futebol no Brasil.
MÉDIA FINAL: 7,2
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Comments (1)
Gustavo Aroni
Discordo de praticamente tudo. O Félix deveria ter recebido o segundo amarelo pela intensidade da falta, que foi cometida por trás, não nada a ver com a orientação da FIFA. Ao se expulsar o Félix, o Abel não seria expulso. Na parte “trabalho de campo” é mais uma descascada no Abel, do que ánalise de arbitragem. Fala que tem que demitir o burro, então. Na parte disciplinar o juiz foi péssimo. Vários jogadores do Corinthians, principalmente o goleiro Hugo, fizeram cera desde o início do jogo sem a devida punição e acréscimo. O Corinthians e os corinthianos sentiram-se a vontade, para cair a quase todo lance e ganhar tempo. Nas arquibancadas acenderam sinaluzadores, estoraram rojões e bombas dentro do gramado que ficou praticamente sem visibilidade, e o jogo continuou rolando. Uma várzea. É justamente pela baixa experiência do árbitro é que ele não deveria ser escalado para um jogo desse porte. Para quê 4° e 5 ° árbitros, se nenhum foi lá tirar os jogadores do Corinthians que estavam atrapalhando na bandeira do escanteio, provacando e iniciando uma briga generalizada? E o impecável Candançan não previu isso? Para mim árbitro fraco, inseguro, errou no lance capital e ainda expulsou o Abel (que é burro e tem que ser mandado embora) injustamente.