Os riscos e desafios do futebol e a encruzilhada para 2023
Por Vicente Criscio
Faltando uma vitória em quatro jogos, nosso undeca (ou unodeca, ou hendeca… sei lá, o Nossopalestra fez um ótimo artigo sobre isso e sugiro você ir lá para conferir) já está praticamente garantido.
Então vamos girar nossa pauta para gestão, assunto quase sempre deixado de lado pelo torcedor, mas que desemboca em como os clubes tratam a relação com a marca e a torcida e como monetizam essa relação transformando-a em receitas, que no final em um clube bem administrado viram investimentos, também conhecido como “reforços” para a próxima temporada.
Peguei sua atenção?
Segue a thread!
Contexto: artigo do sempre excelente Cesar Grafietti
Na InfoMoney do dia 23/10/2022 Cesar Grafietti publicou um excelente artigo provocando o leitor sobre a paixão versus a razão no futebol. Vou dar uns spoilers aqui e trazer para a realidade verde e branca das alamedas com pitadas de política regadas ao molho de bastidores e de uma visão um tanto cínica da minha parte. Ou cética… sei lá.
Mas para quem quer ler um artigo muito bom clique aqui, vá lá, mas volte depois.
A MLS e o Streaming
O artigo apresenta alguns conceitos em que particularmente acredito que são extremamente relevantes para o futebol mundial e que serve de maneira geral para o futebol brasileiro. Mas precisamos ter cuidado porque cada caso é um caso quando trazemos a lupa para mais perto de cada clube.
Indo do genérico ao específico, Cesar Grafietti explora de maneira geral mas de forma bem precisa “alguns movimentos que vemos no esporte”.
Cita que “o primeiro deles é a chegada de investidores americanos aos clubes europeus“.
Aqui entra a minha opinião: o futebol europeu precisa de um certo choque de transformação e a “escola americana” com as ligas poderiam ser uma excelente referência. Seja na citada relação com torcedores, seja na tecnologia, seja na gestão com as ligas.
Não é a toa que a Major League Soccer cresce exponencialmente e já deveria ser um alvo aqui no Brasil para nós brasileiros – e para o Palmeiras se houvesse vida inteligente em nosso marketing – #prontofalei.
A MLS cresce na esteira do streaming. Meu querido amigo palestrino e guru da NFL – do twitter Endzone 51 – Allan Basso, me dá a dica sobre o acordo de transmissão exclusivo que a Apple fechou com a MLS. É cedo para saber se esse é o caminho (leia aqui). Mas o apetite por novas tecnologias e a capacidade de buscar mudanças é o diferencial dos americanos que os dirigentes esportivos europeus a princípio não têm.
As MCOs
Outro movimento citado por Grafietti são os Multiclub Ownerships (MCOs). O clubes de futebol que possuem vários outros clubes no mundo.
Por que esse movimento? Porque o futebol é um “business” de escala. O nosso amigo colunista Luis Fernando Trednnick já dizia isso nos primórdios do 3VV em sua coluna Futebol com Números e continua falando hoje em dia. E o que no mundo real assim como no futebol se faz quando precisa de escala? Fusões e aquisições. O City Football Group é dono do …
- Manchester City
- New York City
- Melbourne City
- Yokohama F. Marinos
- Montevideo City Torque
- Girona FC
- Sichuan Jiuniu
- Mumbai City FC
- Lommel SK
- Esperance Sportive Troyes Aube Champagne (ESTAC)
- Palermo FC
- Club Bolivar – Partner Club
… e agora será dono do Bahia.
O Eagle de John Textor é dono do Botafogo e estava comprando o Lyon da França.
E pau que bate em Chico bate em Francisco…. o Milan recebeu oferta de compra de chineses. Aqui temos o Vasco, Cruzeiro, e outros “dançando a música” da SAF… o Atlético MG que com o crescimento das dívidas vai precisar de uma solução de estrutura de capital…. ou seja, em breve terá alguém batendo em sua porta.
E os outros? por necessidade ou por estratégia ou porque o rio corre para o mar, terão que fazer o mesmo.
Derivei? talvez… vamos voltar ao artigo do Grafietti.
A provocação
A provocação do artigo original e que tem muito a ver com o que o palmeirense passou e criticou ao longo de 2022 veio na pergunta do parágrafo 12: “como é gerir um negócio movimentado pela paixão?”
Diria o saudoso Avallone: INTERROGAÇÃO!
Pausa para reflexão….
[3 … 2 … 1 … ]
Futebol é um business de risco
Exemplo prático (fonte: folha.uol.com.br):
O Barcelona (ESP) entrou em campo para enfrentar o Bayern de Munique (ALE) nesta quarta-feira (26) já eliminado na Champions League. A vitória minutos antes da Internazionale (ITA) sobre o Viktoria Plzen (CZE) por 4 a 0 garantiu, com uma rodada de antecedência, que o clube catalão não tem chances de avançar às oitavas de final.
A eliminação traz também um problema financeiro para o Barcelona. A diretoria investiu pesado em contratações apesar de estar com sérios problemas de caixa. A equipe fechou com o atacante Robert Lewandowski, o meia-atacante Raphinha, o zagueiro Jules Koundé, o meia Franck Kessié, o zagueiro Andreas Christensen e os laterais Héctor Bellerín e Marcos Alonso.
A dívida estimada da agremiação é de 1,4 bilhão de euros (R$ 7,6 bilhões). O clube usou receitas futuras para financiar os reforços na esperança de que os resultados em campo gerariam o dinheiro suficiente para cobrir o rombo.
Vento que bate lá bate cá. Se investe e ocorre uma tragédia como a não classificação para uma fase de grupos da Champions (ou da Liberadores, se fosse nosso caso) o prejuízo financeiro é enorme.
Aqui vimos cobranças muito grandes na Presidente Leila Pereira no ano de 2022 sobre a não contratação de reforços para a temporada. Começou já para a disputa do Mundial, no começo do ano, e depois para a temporada toda.
No final ficamos de fora da final da Libertadores e paramos nas quartas de final da Copa do Brasil. Mas o título do Campeonato Brasileiro parece ser questão de dias. Não se pode dizer que a temporada de 2022 tenha sido ruim. Principalmente para quem comemorou há menos de 12 meses um bicampeonato da Libertadores, uma Recopa e um Campeonato Paulista.
Por outro lado, o Flamengo campeão da CB’22 enfiou mais R$ 60 milhões e o Corinthians, vice campeão, levou R$ 25 MM, mais a bilheteria. E o campeão da Libertadores ganha US$ 16 milhões (cerca de R$ 80 milhões) enquanto o vice, US$ 6 milhões (cerca de R$ 30 milhões).
Vale o risco?
Por que a crítica?
O palmeirense é chato? Talvez sim. Talvez todo torcedor de um grande clube seja chato… talvez dona Leila mereça a crítica porque ela durante toda a campanha vendeu o discurso de que “não vão faltar investimentos”, “protagonismo”, e bla bla bla….. E principalmente porque tínhamos o segundo mundial consecutivo a disputar, e a grande chance contra o Chelsea.
E tudo ficou no bla bla bla porque enquanto no Chelsea entrava o Werner no lugar do Lukaku e não fazia nenhuma diferença, no Palmeiras entrou Navarro no lugar do Dudu.
Os últimos anos
Olhando o Palmeiras em retrospectiva, em 2013 estava quebrado, na série B, e Paulo Nobre assumiu a presidência com caixa suficiente pra pagar 3 meses de contas.
Vimos uma transformação. E depois de dois anos caminhando no inferno de Dante, chegamos em 2015 e ganhamos a Copa do Brasil no novíssimo Allianz Parque e fomos Campeões Brasileiros em 2016.
E as finanças se equilibraram! Lá em 2016… E qual foi o milagre?
Eu atribuo dois eventos: Crefisa e Allianz Parque.
Mas falando dos gestores. Paulo Nobre teve o mérito de renegociar a dívida e colocar seu crédito nos bancos a serviço do Palmeiras, organizar internamente a base (talvez aí seu grande mérito), e construir a academia; lá atrás Della Monica e Belluzzo empurraram para frente com a WTorre a arena; a entrada do patrocínio da Crefisa veio na gestão PN, Galiotte deu continuidade a uma gestão que deixou o clube com as dívidas arrumadas e com um título de Copa do Brasil e o Brasileiro. E teve a sorte de receber um NÃO de dois treinadores antes de achar Abel Ferreira mais 4 portugueses na Grécia e que salvaram 2020 e 2021, após 7 treinadores em 7 anos.
Ou seja, após Crefisa e Allianz Parque, categorias de base, grana, estrutura na Academia, e a sorte de encontrar Abel, de 2015 até 2022 ganhamos:
- 3 Brasileiros (contando esse de 2022)
- 2 Libertadores
- 2 Copas do Brasil
- 1 Recopa
- 2 Paulistas
- Sem falar no fantástico desempenho das categorias de base…
- Oito participações consecutivas na Libertadores! OITO!!!!
Chegamos em 2022. Campeões Brasileiros. Parabéns Palmeiras!
Um fantástico track record.
Na paralela um adversário se destacou. Flamengo. Muito parecido o desempenho. no mesmo período 3 títulos brasileiros, poderá ganhar duas libertadores, duas copas do brasil, salvo engano foram três cariocas.
Ou seja, há uma evidente polarização.
Se alguém acha isso ruim, esquece. Isso é bom! Bom para o Palmeiras e para o rival. Valoriza os dois. Valoriza o futebol.
Mas não podemos descolar!
A encruzilhada
Leila Pereira agora está numa encruzilhada: disse que não irá investir. Abel Ferreira comprou o discurso, e em recente entrevista já avisou que não vamos fazer grandes contratações.
Sem contratações veremos o Flamengo se distanciar – independente se será ou não campeão da Libertadores 2022. E os que estão atrás no retrovisor se aproximarem.
Se investir precisará de duas coisas: receitas de um departamento de marketing moribundo, desmontado por ela mesmo, por não ser do ramo e por superestimar sua capacidade de gestora, e precisará avançar e vencer nas principais copas de 2023 para pagar a conta.
E se não investir? qual o benefício?
Financeiramente pode ser que tenha um equilíbrio maior das contas. Ponto positivo.
Pode ser que no campeonato paulista tenha sucesso. Ok. Mas quanto isso é relevante quando queremos hoje projeção internacional?
Sem investimento, com os garotos da base, mesmo com Endrick, teremos elenco para Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil? Para repetirmos o triênio 2020/2021/2022 e chegarmos nas fases finais de todos eles?
Não perderemos ninguém mais além de Scarpa? (aliás uma grande perda!)
Teremos condições de mantermos a polarização com o Flamengo e a distância dos demais?
Teremos o “protagonismo” prometido?
Não sou favorável à gastança desenfreada como se não houvesse amanhã. Mas, o sucesso, é na minha opinião SEMPRE, termos times muito competitivos, com ídolos, longevos, disputando sempre os títulos. Sempre favoritos.
E estamos nessa fase. Graças aos gestores que passaram recentemente, graças ao binômio Crefisa/Allianz. Ponto!
Mas não podemos perder isso.
Por isso a importância em encontrar o modelo de eficiência na administração do futebol palmeirense. Buscar o modelo onde tenhamos planejamento, cabeças boas, profissionalismo, trabalho em equipe, e foco em três pilares: busca de receitas (sempre, das mais básicas às mais inovadoras), despesas coerentes com as receitas, investimentos no elenco do tamanho da ambição e do tamanho da instituição.
Esse modelo, infelizmente, eu ainda não vejo na administração da Presidente Leila Pereira, que tem o mérito de não colocar a paixão acima da racionalidade e tem o foco no custo. Mas parou aí. Porque em termos de gestão está parecendo MAIS DO MESMO com pitadas de redes sociais exageradas e fotos de um charmoso avião e bolsas Gucci.
E aí palmeirense. Vamos ao debate? Estou certo? Estou errado? Hora de puxar o freio e apostar na base? Deixar o adversário investir e quem sabe ele “quebrar a cara”?
Deixe aqui seu comentário. O debate é livre. Aqui as divergências e diferenças de ideias são saudáveis.
Saudações Alviverdes!
***
Vicente Criscio é conselheiro em 3o mandato da SE Palmeiras
Quer falar com Criscio? Mande um Telegram para 11 91319 0630
Comments (19)
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Zek
Criscio tive essa ideia, favor leva pro dpto de markenting.
Palmeiras devia fazer réplica das 11 taças e cada jogador entrar com uma taça, no jogo de entrega da taça, e depois vender kit miniatura de dos bonecos com as taças..como é 11 jogadores e 11 taças seria legal..
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Donato, o Lúcido
O que mais me incomoda na atual gestão, é a forma como o marketing está sendo conduzido. Temos um time vencedor, um elenco competitivo que, com algumas contratações bem pontuais (nada de medalhões que contaminam elencos) e somos protagonistas.
O Marketing tem todos os elementos em mãos, pra alavancar receitas e manter o círculo virtuoso. E não o faz. Pelo contrário, continua com seus métodos jurássicos de gestão quando devia, a meu ver:
– corrigir o Avanti em relação à aquisição de ingressos.
– promover mais interações com Palmeirenses de todo o Brasil, visando aumentar o engajamento
– combate à pirataria, criando linha adicional de uniformes mais acessível ao público das classes C, D e E.
– trabalhar ações junto ao público infanto-juvenil, visando alavancar novos torcedores (atualmente, pasmem, estamos perdendo torcedores para times de fora…)
–
lito
Seria justo amanhã as meninas darem a volta olímpica com nossos jogadores caso sejamos campeões nesta rodada. Seria muito legal.
Mas nossa diretoria flash, flash, flash, zzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzzz
Diogo Belotto
Gostaria de opinar sobre dois assuntos: Reforços e Direitos de Transmissão.
Para o primeiro eu percebo que o Abel e sua comissão prezam, muito mais que a qualidade, a capacidade de seguir ordens/estratégias e de não serem “laranjas podres”. Isso ficou muito evidente pra mim após a venda “de qualquer jeito” to Patrick de Paula, não que ele fosse um excelente jogador, mas era sim promissor e poderiam ter conseguido algo muito melhor na negociação. Porém, optaram por “se livrar” dele rapidamente, talvez com receio de contaminar o bom clima do elenco (o Menino inclusive tava indo na onda do Patrick, por isso seu rendimento tava caindo). Dito isto, não acho que o Palmeiras precise de tantos reforços como alguns torcedores comentam, pra mim deveriam ser contratados 1 ou 2 atletas de qualidade alta, pra serem titulares, mas que se encaixem no perfil do Abel, e mais 2 ou 3 de qualidade boa pra ajudar compor elenco nas posições que estamos carentes. E só. Completa com a molecada da base e já tá de bom tamanho. O importante é manter o clima, a união e a entrega que o Abel conseguiu impor, que praticamente não vemos em nenhum outro time brasileiro.
O segundo assunto é mais um sonho que opinião, até pq não entendo exatamente como esse mercado de transmissão de jogos funciona. A nova Lei 14.205, a chamada Lei do Mandante, que permite aos clubes negociarem livremente os direitos de transmissão de seus jogos quando mandantes, sem necessitar da aprovação do adversário, abre um novo leque de oportunidades, que pelo que percebo ainda não foi explorado por nenhum clube no Brasil. Imagina se o Palmeiras decide transmitir seus jogos de mandante apenas na TV Palmeiras, através de cobranças individuais para não assinantes, por exemplo, ou com pacotes para Sócios Torcedores, a possibilidade de receita supera qualquer acordo televisivo. Eu por exemplo voltaria a pagar o Sócio Torcedor se existisse um pacote para assistir todos os jogos do verdão, mesmo que somente os como mandante. E garanto que muitos rivais também pagariam pelos jogos individuais contra seus times, tudo pra assistir do conforto de sua casa, e sem precisar pagar pacotes absurdos mensais de Premiere. Como disse, não sei como funciona esse mercado, mas acredito que clube nenhum pensou nas grandes possibilidades que essa Lei abriu.
admin
Perfeito Diogo. O próprio Athletico já está fazendo isso na TV Athletico. Ele nao fechou com a GLobo e nenhuma outra emissora e usa a TV Athletico para transmitir os jogos do time na sua tv. Os clubes de futebol bem geridos devem abrir seus olhos para essas oportunidades e na próxima renovaç!ao abrirem mão desses contratos e buscarem seus projetos solo. O Palmeiras, com a paixão e tamanho de sua torcida tem tudo pra isso. O problema é que não se vê um projeto nem cabeças pensantes nesse sentido lá dentro.
Porco Nervoso
Mais uma tríplice coroa e copinha de aperitivo.
Fora Leila.
Pinho – Bauru, SP
Excelente artigo Vicente! Infelizmente a impressão que me dá é que há tanta gente boa com ótimas ideias mas que não são ouvidas pela administração atual do Palmeiras que desanima. Colhemos ótimos resultados “apesar” dela.
Saudações alviverdes!
Lito
Parabéns meninas. Honraram o manto. Em relação ao jogo de quarta-feira o Internacional não aceitou a mudança de horário. Enquanto isso no Palmeiras a estagiária flash flash flash, e o diretor de futebol zzzzzzzzzzzz. Se não fosse o portuga estaríamos………
Primeiro Campeão Mundial 51
Eu tenho tantas ideias e opiniões… É gostoso discutir, dar ideias, mas a real é que elas não adiantam nada, vai depender das ideias das lideranças do Palmeiras e acabou.
Uma coisa, que é fato, é que é muito fácil ser engenheiro de obra pronta. Não deve ser fácil chegar na presidência, e ter de equilibrar um milhão de coisas, pessoas em volta, etc… É natural que um gestor cometa erros, equívocos, etc…
Mas é preciso aprender com os erros! Esse ano, claramente faltou elenco. E não estou falando de cansaço no final da temporada, e sim de jogador de qualidade indiscutível. Já temos o Endrik para o ano que vem, mas é um jovem de 16 anos, precisamos de alguém muito bom e cascudo. Se eu fosse a Leila, tentaria pelo menos 1 contratação de arrebentar a boca do balão. Se o Palmeiras hoje está com caixa apertado, é pq fazem contratos e dão aumentos ridiculos para jogadores que passam longe de merece-los.
Sobre a MLS, ela está muito mais próxima da realidade brasileira, do que os europeus: os americanos sabem dar espetáculo e criar interesse, são os reis do marketing, deveriam ser o exemplo para o Palmeiras, CBF, Conmebol.
Enfim, não é que as últimas administrações tenham sido calamitosas, foram boas, trouxeram títulos e não arrebentaram o caixa do clube. Mas fica uma sensação de que não alcançamos todo o potencial que o momento do clube nos oferece.
lito
Grande Vicente. Sempre lúcido em seus artigos. Sem dúvida devemos a Beluzzo, Della Mõnica e principalmente a Paulo Nobre o que somos hoje. Só discordo do Galiotte que para mim é do mesmo sistema que a atual ‘presidente’. Ele deu continuidade ao excelente trabalho do Nobre. Só que deu muita, mas muita sorte em trazer o portuga. Esse cara faz milagres. Tem razão quando fala do Flamengo. O Veloso já fez o mesmo comentário. A Leila lembra muito Mustaphá Contursi (no que diz respeito a administração). Se dependermos dela, do ‘diretor de futebol’, vamos de Navarro e Cia novamente. Nossa sorte é que temos um ABEL FERREIRA. Até quando não sabemos. Saudações palestrinas.
FC
Muito bom, Vicente !!
Precisamos fazer algo que não fizemos na nossa história recente: aproveitar a ótima fase pra preparar a SEP para o futuro.