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Palmeiras elege seu Conselho Deliberativo para o período 2025-2029
Neste último sábado, 15 de fevereiro, os associados da SE Palmeiras elegeram 85 conselheiros para representá-los no Conselho Deliberativo (CD) do clube entre março de 2025 e fevereiro de 2029.
Um total de 4.149 sócios compareceram e não houve surpresas em termos de distribuição dos votos.
A chapa da oposição, número 200, Todos Palmeiras recebeu 1.333 votos (32% do total) e ficou com 27 cadeiras. As duas chapas da situação, número Palestra e UVB tiveram respectivamente 1929 e 883 votos (46% e 21% do total) e ficaram com 40 e 18 cadeiras. Foram ainda quatro votos em branco.
Veja o quadro abaixo:
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A participação da oposição no Conselho em 2025 permanece inalterada. No pleito de 2023 a chapa Todos Palmeiras recebeu o equivalente aos mesmos 32% dos votos. Assim, pode-se considerar que 1/3 dos conselheiros eleitos (cerca de 56 conselheiros dentre 176 nos dois últimos pleitos) são conselheiros que fazem oposição à gestão da Presidente Leila Pereira.
O destaque curioso foi a votação da chapa União Verde e Branca. Dos 883 votos que recebeu, 176 votos foram para José Roberto Lamacchia, marido da Presidente Leila Pereira. Quem conhece os detalhes da política dentro das alamedas do Palestra sabe que nem José Roberto Lamacchia e nem Leila Pereira pertencem a qualquer grupo político formal. Na verdade foram os “grupos políticos” (Palestra e UVB) que se ocuparam no entorno dos dois.
Abaixo uma explicação deste movimento.
Histórico de votos
Na primeira eleição de Leila Pereira ao Conselho Deliberativo, em 2021, a então estreante na política da SEP obteve 387 votos. Com isso levou a participação da chapa Palestra de 46% (dois anos antes) para 50% das cadeiras do Conselho.
Não bastasse isso, seu marido, José Roberto Lamacchia, teve 51 votos no mesmo pleito, neste caso pela chapa UVB. Assim, ajudou a elevar a participação nas cadeiras da UVB de 14% para 18%.
O quadro abaixo apresenta a composição de cada chapa na formação do Conselho a cada biênio desde 2011.
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Nesse período houve um rearranjo nos grupos políticos, com o surgimento da chapa Todos Palmeiras que combinou apoiadores da Academia (Paulo Nobre), grupos mais jovens que entraram na política da SEP (Occupa e Arquibancada) e outros grupos menores com conselheiros independentes
Esses grupos usavam (e ainda usam) a chapa Todos Palmeiras para poderem lançar suas candidaturas ao Conselho. Mas até o ano passado não havia um sentimento de unidade na chapa, com cada grupo atuando de maneira mais independente.
Esse cenário teve uma mudança no final do ano de 2023 com uma união destes grupos e na sequência o lançamento da candidatura de Savério Orlandi, ano passado, para Presidência. Savério obteve na Assembleia dos Sócios cerca de 25% dos votos.
Oposição… prá que oposição?
É comum ouvirmos entre os partidários da atual Presidente comentários depreciativos, até mesmo inverdades. O mais comum é desqualificar qualquer opositor como “mustafista” ou que “torce contra”.
Muitos destes apoiadores da atual gestão são os mesmos que eram contrários à gestão Paulo Nobre porque acusavam o ex mandatário de querer “comprar” o clube e ter uma administração “que não ouvia a ninguém”.
Pois bem, a oposição da SEP, atualmente, contém conselheiros e apoiadores de nova correntes políticas, bem como antigos conselheiros, mas que atuam e atuaram independentes de quaisquer grupos.
Esses conselheiros são os que questionam decisões que por vezes parecem ser prejudiciais à SEP. São os que cobram transparência, nas contas, nos contratos de patrocínio, nas “parcerias” com a Placar ou com a Arena Barueri. São os que querem um futebol forte e um clube social que ofereça serviços e lazer na mesma proporção que cobra suas mensalidades e tarifas.
Eles cobram gestão profissional e governança, e são contrários a assistencialismo e doações. O Palmeiras está entre as três maiores receitas dos clubes de futebol do país e não precisa de doações. Apenas de gestão profissional e voltada ao clube. Única e exclusivamente a ele.
A oposição portanto é útil em qualquer entidade, em qualquer setor, em qualquer ambiente onde indivíduos são escolhidos para um mandato, importante ainda para fiscalizar e cobrar. Sempre responsável e com respeito. Mas nunca subserviente e bovina.
E agora?
Os conselheiros eleitos (ou reeleitos) assumem na primeira reunião ordinária do ano, que deve ocorrer no início de março. Nesta reunião deverá ser eleito também o Presidente e Vice Presidente do CD.
Após essa reunião, deverá ser agendada uma reunião extraordinária para eleição do Conselho de Orientação e Fiscalização. Atualmente este fórum é praticamente dominado pela Presidente do Palmeiras, o que torna o órgão uma entidade que apenas diz sim e aprova incondicionalmente as ações da gestão.
E isso é ruim, pois um órgão que deveria ser orientador e fiscalizador, perde totalmente sua função institucional.
A conferir os próximos passos.
Saudações Alviverdes!
Comments (3)
Cláudio Longo
Se alguns clubes recorrem a ” Safs ” , o Palmeiras necessita de psicólogos , camisas de força e medicamentos que diminuam os efeitos da parasitose incontrolável de venda de caráter a cada passo desta gestão , que é visível a cada momento ” leiliano ” , nas dependências da sede social. A divindade da ceita ” Crefisa ” , caminha pela sede , mantendo um rastro com alto odor de arrogância , pois quando sai de seu mundo virtual , e oferece algum ” depoimento ” a mídia clubista , temos a certeza que seus atributos intelectuais sempre foram super estimados , sobre a gestão o diagnóstico doentio a cada decisão , amplia a enfermidade , agora é ver de longe o podemos testemunhar , pois o mandato desta figuras patéticas dura mais dois anos .
Cláudio Longo
Vicente Roberto Criscio , sem dúvida um brilhante Conselheiro , que em seu texto irretocável, expõe de forma objetiva o cenário político alviverde , expondo com maestria o papel de cada peça , no velho tabuleiro de um clube que possui uma instabilidade de poder , e raríssimas decisões coerente , para que houvesse uma evolução administrativa completa e equilibrada . No sábado , dia 15 de Fevereiro, mais uma vez no teatro tragicômico da política alviverde , os atores ficaram a mercê de um script antiquado , pois a leitura expõe mais uma vez o desperdício de inúmeras competências , que são afastadas de decisões importantes e necessárias , por não comporem os ” grupos ” , envelhecidos nas próprias falácias , óbvio que vamos herdar muitas camadas desta gestão, pois limpar o esgoto leiliano é um processo árduo e peculiar .Agora as críticas são cômicas , pois era visível na área externa do ginásio que abrigava o pleito , o elenco profano que apoia o casal que causa um desastre ainda sem um diagnóstico certeiro .
Cayan Luigi
Avanti Palestra. Tempos sombrios na SEP