Promoção Dia dos Pais 3VV: conte seu causo

Muitos palmeirenses devem sua “crença” ao pai. Seja – na maioria dos casos, imagino eu – pela influência positiva. Seja, e às vezes acontece, que o querido “papa” era adepto de outro time mas por força do amor ao filhote, acabou cedendo às suas preferências esmeraldinas.

No 3VV temos uma frase icônica no Dia dos Pais, cunhada pelo querido J. Christianini:

A cada gol ainda ouço o grito dele!

Então decidimos fazer uma promoção: você palmeirense e leitor do 3VV, deixe seu “causo” sobre qualquer história ou passagem ou lembrança com seu pai e o Palmeiras. Pode ter 3 linhas ou 30 linhas. Não importa. Compartilhe conosco nos comentários abaixo.

Nossa “junta editorial” vai escolher três histórias para serem posteriormente votadas pela audiência. A melhor história ganhará o livro Forasteiros, do querido Rodrigo Barneschi.

Mas vamos lá. Tem que postar o seu causo aqui nesses comentários. Ou nos comentários do post deste domingo, dia dos pais, onde o Jotinha vai nos brindar com um causo sobre essa tão representativa data.

Saudações Alviverdes!

Comments (23)

  1. Roberval Maimone

    Amigos queridos, é uma honra poder escrever algumas linhas aqui, desejando todo o sucesso do mundo à equipe toda do 3VV nessa nova fase.

    Sobre o tópico proposto, Promoção Dia dos Pais, lembro aqui de trocentos causos vividos com meu saudoso pai Roberto Maimone -em estádios ou não – e que eu talvez pudesse relatar aqui, desde meus primeiros jogos no Parque Antárctica, meados dos anos 60, Jardim Suspenso recém inaugurado, até nosso ultimo jogo juntos já no Allianz, naquele 3×3 contra o gambá em 2015.

    Aliás, Derby era especialidade do Sêo Roberto, foram raros aqueles que ele, mais jovem, não assistiu in loco, desde seu primeiro jogo em estádio, o 3×1 sobre o velho freguês em Julho de 47 no Pacaembu. Aliás, o Seo Roberto, nascido exatamente em 08/08/1933 (completaria ontem 88 anos), convenhamos tinha sempre um motivo a mais de orgulho ao dizer sua data de nascimento (notem os dígitos).

    Mas enfim, teve um Derby no Pacaembu, prá lá de inesquecível prá mim, em novembro de 1970, campeonato brasileiro, estádio lotado como sempre. Ficamos na lateral das “populares”, na direção da grande área, próximo ao recém inaugurado Tobogã. Época boa, sem divisão de torcida, sem enchição de saco, sem violência ….. era chegar, arrumar o melhor lugar possível e torcer à vontade.

    Lembro dos times entrando em campo, rojões, bandeiras, um espetáculo …. aquela saudação tradicional do Palmeiras, perfilado no centro do campo, erguendo os braços em direção à torcida, nas duas laterais …. a inesquecível camisa verde esmeralda. Aos 10 anos de idade eu não reconhecia todos os jogadores, além dos craques Ademir, Dudu, Leão, Hector Silva … Cesar não jogou aquele jogo.

    Bola rolando, lá pelas tantas, pênalti pro gambá ali na nossa frente, Aladim cobrou, 1×0 pros caras …. achei muito sem graça tudo aquilo …. olhei pro meu Pai, como que perguntando “e agora?” e ele tranquilo, sem mostrar qualquer preocupação. Intervalo, volta pro segundo tempo, Palmeiras atacando pro gol perto da gente, eu já quase sem unhas, pergunto pro meu Pai novamente se tinha como a gente empatar. Lembro dele tranquilo me pedindo calma e dizendo que o Palmeiras estava jogando bem melhor, lembro de naquele momento voltar os olhos para o campo e ver aquela troca de passes do Palmeiras precisa no meio de campo e, olhando em plano único, coisa de criança, parecia uma coisa mágica, coisa de globetroters, pensei por um segundo, não era possível perder aquele jogo.

    Mais um tempinho de bola rolando e finalmente o gol do empate, gol de Dudu, bem ali na nossa frente. Instantaneamente àquela explosão do gol, sinto meu corpo flutuando no ar, fração de segundo prá entender aquilo, era o meu pai que havia me jogado pro alto (e bem pro alto, já que eu era um nanico e ele bem forte) em sua alegria e espontaneidade ao comemorar o gol. Ele até já havia feito aquilo algumas vezes antes também, mas em Derby, jogo pegado e nervoso daquele jeito, era prá lá de especial, convenhamos …. especial e inesquecível.

    O jogo acabou 1×1 e o Palmeiras ao final do ano seria “apenas” o vice-campeão brasileiro, mas nada disso importava pois a lembrança daquele jogo, daquele gol e daquela comemoração eu jamais poderei esquecer.

    Era isso amigos, e, imitando meu grande amigo Jota Roberto Christianini se referindo a seu querido Papai (a cada gol do Palmeiras ainda ouço seu grito), e com sua devida licença pelo plágio, me permito dizer aqui, que “a cada gol do Palmeiras eu ainda ouço nossos gritos e sinto meu corpo flutuando no ar” …. coisas que só o Palmeiras poderia nos proporcionar, tenho certeza.

    Grande e forte abraço a todos.

  2. Convidado 3VV

    Esse causo foi enviado por Lourival Silvestre.

    Pós aniversário do Palmeiras de 1998, agosto, em seguida, como ocorrem todos anos, segue -se a festa/jantar dos veteranos. Neste ano, tivemos como convidado, Nelson Ernesto Filpo Nuñes. Lembro-me que alguns atletas, ou ilustres do Verdão do passado, tinham direito, ou condicionavam a ida, se pudessem levar alguns amigos. Neste dia, a Filpo Nuñes, foi permitido levar uns amigos e amigas da comunidade onde residia( Heliopolis). La estava ele em uma mesa circular + uns 4 amigos. Como fã que fui dele, pelo esquadrão da Academia, obviamente, fui lá, conversar. Por uma feliz coincidência, me lembrei que, certa vez, diante do enorme sucesso no Palmeiras e por ter sido o primeiro técnico a dirigir a seleção brasileira, num jogo Brasil x Uruguai, dia 07/09/1965, na inauguração do Mineirão, ele esteve no programa da HEBE. La teve uma participação sensacional. Nada ligado ao futebol. E sim a música. Assisti. Qual foi a participação dele? Acompanhado por um músico argentino em seu bandaneon, ele não cantou , ele declamou La Cumparsita. Este tango de um uruguaio, Gerardo Mattos Rodrigues. O sucesso foi tão grande, que pela primeira vez, foi repetido o vídeo no programa seguinte.
    Então, como não tinha assunto, iniciei a conversa, após comprimenta-lo, comentando sobre tê-lo visto na Hebe. Pra minha surpresa, ele ficou numa alegria enorme. ao ouvir que eu assisti esse programa. Imediatamente chamou seus amigos que estavam a mesa, seus convidados da Heliópolis, e pediu pra que eu contasse sobre o programa. Porque ele fez isso? Disse que: “nadie” me acreditam que “estuve” em lá Hebe. Usted és mi prova.
    E o que fez em seguida? Pediu pra posar comigo numa foto. E fez a foto. Na máquina dele, ou de um de seus convidados.
    Como achei que seria uma foto importante pra mim, pedi a ele que após revelar o filme, me enviasse uma cópia. Respondeu que sim e me pediu endereço. Entreguei meu cartão com meu endereço.
    Meses depois, recebi a foto pelo correio.
    Por descuido, descartei o envelope. No verso estava lá Remetente: Nelson Ernesto Filpo Nuñes.
    Endereco: Heliópolis.
    Não lembro os detalhes.
    A foto guardei. Vou procura-la.
    Detalhe: Se não estou equivocado, ele faleceu uns 20 ou 30 dias após.
    Lourival Silvestre.

  3. Vicente Laganaro Filho

    Forte abraço aos amigos do 3VV, feliz Dia dos Pais a todos. Segue meu “causo”:
    (a propósito, trata-se do jogo Palmeiras 2×3 Inter, semifinal do Brasileiro de 79)

    E já que estávamos nos anos 70… Numa maternidade qualquer – inquestionavelmente paulistana – a quem passava pelo corredor do quarto 103 era inevitável pregar o olho na porta e mesmo chegar mais perto pra ver, diante da própria incredulidade. Bem, o par de chuteirinhas pendurado, esse via-se de longe. Agora, aquele pequeno “P” em branco, estilizado, costurado por sobre um tecido acetinado de cor verde…o que era aquilo?

    – Alô?! Tio, nasceu mais um palmeirense no mundo! – Esse era meu pai e sua primeira frase após meu nascimento, traçando em poucas palavras o estigma que me acompanharia por toda minha existência.

    Efetivamente, a primeira lembrança que guardo da minha palestrinidade, quero dizer: quando tudo começou conscientemente para mim – excluindo obviamente as frases ensinadas na tenra infância e imputadas à minha inocente brancura de criança (“fala ‘Palmeiras’, filho, vai! Pal-mei-ras, isso…” ) – pois bem, o tal “início de tudo” foi ainda no final dos 70’s. Eu tinha uns cinco anos. Era um jogo importante, porque meu pai se preparou religiosamente, com direito a camisa, aquecimento etílico e grito de guerra. A cada gol, inadvertidamente, o Velho (que nem era velho na época) me jogava pro alto, gritando palavras que eu não entendia. Onde estava minha mãe pra me salvar? No meu íntimo – claro, eu já tinha um “íntimo”, embora ainda nem tivesse consciência de mim mesmo – no íntimo, perguntava-me o que fazia um pai-de-família respeitável, aquele meu grande herói, perder completamente a compostura por causa de um jogo? Ainda não entendia a essência da coisa, mas, naquele dia, a semente germinou sem que eu soubesse, mesmo que pelo lado inverso: o silêncio e a tristeza do final do jogo me contagiaram e ficamos – meu pai e eu – calados e emburrados, com os braços cruzados a esperar – ambos – o consolo da mãe que não chegava. Acho que aquela dor compartilhada acabou forjando o meu destino.

  4. Tarso Gouveia

    O primeiro jogo que meu pai me levou no Palestra, não me recordo, só tenho memória dele, meu pai contanto que foi um Palmeiras x Ferroviária, com placar de 0x0 com Ademir em campo e tudo… Mas nem por isso deixei de ser Palmeirense, pelo contrário, cada dia mais e mais apaixonado. Passei pela fila e só fui ver o Palmeiras campeão no melhor 12 de junho da minha vida, em 1.993. Meu pai, neto de portugueses e de italianos, sendo ambas as partes palestrinas, também aprendeu desde cedo o que era ser palestra. Casou com uma descendente de italianos e espanhóis que também tinha ambas raízes palestrinas e então não foi muito difícil que a herança Palmeirense fosse seguida. Meu pai sempre trabalhou muito e pouco me acompanhou aos jogos pois aos finais de semana estava muito cansado. Pelo contrário, virava e mexia pegava o carro e tentava ir me procurar e impedir que eu fosse a alguns jogos de risco, clássicos, viagens etc… rs

    Mas um jogo que ficou muito na minha memória, nem foi do Palmeiras, foi quando fomos ao Maracanã. Ele estava a trabalho no Rio e eu em férias escolares em 1985. Um jogo amistoso para a volta do Zico ao Brasil. Flamengo x Amigos de Zico, com alguns jogadores como Maradona, Kemps, Rumennigge, Falcão, Altobelli, técnico Cesar Menotti e ele, Jacozinho.
    Ao ver que haveria esse jogo, pedi ao meu pai para ir. Ele não deixou que fosse sozinho, então providenciou a compra dos nossos ingressos. MAS, como paulista desconfiado, com receio da cidade maravilhosa e do maior estádio do mundo, meu pai comprou ingressos de numerada. Fiquei muito bravo quando soube, pois queria ir de arquibancada, como sempre ia nos estádios paulistas. Mas lá fomos nós. Estádio cheio, belo espetáculo. E tenho na memória ter visto um gol do sergipano Jacozinho com passe de Maradona, em pleno Maracanã. O Flamengo venceu, mas o que brilhou na festa, foi esse gol. Daí em diante, até o final do mês, tinha jogo no Maracanã, lá ia eu, mesmo sozinho com o ônibus 464 que parava na porta do estádio e na volta bem próximo do flat que estávamos.
    Agradeço ao meu pai, meus avós e tios por tamanha palestrinidade e ao 3VV por permitir compartilhar esse relato.

    Meu saudoso pai nos deixou em maio de 2.005 e quando soube do seu AVC, eu estava numa reunião sobre o Palmeiras, com Seraphim del Grande e Gilberto Cipullo entre outros, no antigo bar do Sílvio, na Caraíbas.

    Avanti Palestra!

  5. Mario kaminski

    A primeira vez que me lembro de estadio de futebol foi em 1958,meu tio fanático pelo Palmeiras, meu Pai torcia pelo S.Paulo, então fomos assistir Palmeiras X Corinthians,eu me lembro do ataque, Juninho, Paulinho Nardo,Enio e Chinês, um baile do Juninho no Oreco lateral esquerdo deles,gaúcho, bateu o jogo todo,mas o nosso Julio Botelho arrebentou e ganhamos por 4X0 e me lembro de um detalhe que me chamou atenção, a nossa torcida fez um espetáculo nos 05 minutos finais com o coro de Palmeiras e com lenços brancos saudando o time rival e dizendo pode ir embora. Eu tinha 12 anos,mas nunca esqueci esse jogo histórico para mim.

  6. Jayme Oliveira

    Obrigado pela oportunidade de homenagear meu querido Pai Jayme , que muito apaixonado pelo nosso Palmeiras, fez com que seus filhos , sobrinhos e afilhados se tornassem fiéis palestrinos apesar de terem pais corintianos e são-paulinos . Apesar de sua morte muito prematura trago a sua lembrança viva a cada jogo do nosso Verdão !
    PARABÉNS A TODOS PAPAIS PALMEIRENSES !!!

    • Muito legal Jayme. Obrigado pelo causo. Feliz dia dos pais.

    • Me tornei palmeirense graças à minha mãe. Meu pai não é um entusiasta de futebol, mas desde pequeno me levava ao estádio quando podíamos ir. Em 99 ele ficou 8h na fila para comprar nossos ingressos para a final da Libertadores. A alegria de ter os ingressos só não foi maior que a do título. Quando fiz 14 anos ele passou a deixar eu ir ao estádio sozinho.

      • Grande Johnny futuro diretor de futebol do Palmeiras. Obrigado por compartilhar sua história. Vamos juntos meu caro. Beijos e feliz dia dos pais.

  7. Marcelo Luis Affonso

    O meu pai Nascido no Rio de Janeiro, na cidade de Nova Friburgo, Torcia para o Flamengo, veio morar em são Paulo, foi assistir Palmeiras e Flamengo, a estreia do Rosa Jair Rosa Pinto, não era nascido ainda, porém quando meu pai assistia ou escutava o Palmeiras jogar, ele sempre contava que Viro Palmeirense por esse jogo, como estava morando em São Paulo, escolhei o Palmeiras para torcer, e desde que era criança comecei a torcer para o Palmeiras

    • Muito legal Marcelo. Obrigado por compartilhar. Essas experiências ficam na nossa memória. Abs e feliz dia dos pais.

  8. Jose Roberto Tammaro

    Era bem no inicio dos anos 90 Morávamos na bucólica Granja Vianna em Sp e o SPFC ganhava tudo Palmeiras numa fase pre Parmalat sofrendo demais
    Um dia fui buscar meus filhos Luiz e Priscila na escola e na volta escuto os 2 entoando o hino do SPFC
    Fiquei possesso Parei o carro na Av Sao Camilo e sob protestos da minha esposa fiz os dois descerem do carro e os larguei ali
    Me retirei ate um ponto em que ainda conseguia ve los e voltei de re Os dois choravam e eu perguntei para q time torciam e ambos falaram de pronto Palmeiras pai Ótimo

    Alguns dias depois a cena se repetiu e. Chegando em casa tranquei os 2 no canil com nossos tres caes de guarda

    Choraram e gritaram por cerca de 2 hrs Voltei e perguntei novamente para que tine torciam !!!

    Hj sao tao ou mais palmeirenses do que eu

    Abc

    • Marina Donato

      As histórias que eu e minhas irmãs temos com nosso pai e o Palmeiras são inúmeras. Primeiro, todas nós (somos em quatro) saímos da maternidade com roupinhas do Palmeiras. E crescemos praticamente acreditando que o Palmeiras era nossa pátria, minha irmã mais velha, Ana Laura, com cerca de três anos já sabia o hino. E quando minha irmã mais nova, Isabela (com 9 anos atualmente) se formou na educação infantil chegou indignada em casa, dizendo que a professora tinha ensinado o hino errado, quando meu pai perguntou porque, ela disse “por que não é ‘Palmeiras, meu Palmeiras, meu Palmeiras” . Nosso pai nos ensinou a defender nosso time com unhas e dentes, como a vez em que era pequena e briguei com meu avô (que é São Paulino), por falar coisas ruins do Palmeiras, e me recusei a voltar na casa dele até ele se desculpar. Além de tudo isso, temos todas as lembranças dos jogos e finais, principalmente uma no meu aniversário, em que meu pai me acordou já tarde comemorando nossa vitória na Copa do Brasil de 2015. E pra finalizar, uma história da minha irmã Fernanda, de 12 anos hoje, que fez meu pai levá-la nas costas da casa da minha avó, na rua Clélia até o Pacaembu para ver o jogo, e no caminho tomou seis sorvetes.

    • Marina Sangue bom…. filha (e filhas) do lúcido apaixonado grande amigo Marcos Donato. Um grande beijo para vocês princesas.
      Abs e feliz dia dos pais.

    • Rsrsrs….. rolei de rir aqui J Roberto. Eu fiz algo parecido mas um pouco menos intenso. Quando meus dois filhos eram pequenos – Leonardo e Renan – a gente andava de carro quando eles eram pequenos, tinham 4 e 6 anos. QUando eu via algum mendigo na rua eu dizia…. tá vendo lá filho? corintiano (ou sãopaulino, dependendo do dia). Quando na tv passava nos programas jornalísticos alguém sendo preso eu dizia: tá vendo lá filho? corintiano (ou sãopaulino, dependendo do dia). Eu sei…. politicamente incorreto. Totalmente. Mas deu certo. Os dois se tornaram palmeirenses, graças a Deus. kkkkk

      Abs e feliz dia dos pais.

    • Rsrsrs….. rolei de rir aqui J Roberto. Eu fiz algo parecido mas um pouco menos intenso. Quando meus dois filhos eram pequenos – Leonardo e Renan – a gente andava de carro quando eles eram pequenos, tinham 4 e 6 anos. QUando eu via algum mendigo na rua eu dizia…. tá vendo lá filho? corintiano (ou sãopaulino, dependendo do dia). Quando na tv passava nos programas jornalísticos alguém sendo preso eu dizia: tá vendo lá filho? corintiano (ou sãopaulino, dependendo do dia). Eu sei…. politicamente incorreto. Totalmente. Mas deu certo. Os dois se tornaram palmeirenses, graças a Deus. kkkkk

      Abs e feliz dia dos pais.

  9. Fabiano Riva Gemignani

    Perdi meu avô na última quinta-feira, 05 de agosto. Então essa é minha homenagem para ele:
    Já vi começar a torcer para um time por causa de uma grande vitória, pela influência de algum parente ou por admiração a determinado jogador, mas por causa do barulho foi a primeira vez.
    Nascido em Conquista, nas Minas Gerais, em 1933 o Riva nunca deu importância ao futebol. Só tinha ouvido falar de um time que tinha sido chamado, pelo rádio, de campeão do mundo, mas era para ele, era mais uma notícia apenas. De futebol não gostava e pronto!
    Com 27 anos, morando em Rolândia, resolveu como tantos outros, vir para a cidade grande, a São Paulo das oportunidades. Arrumou emprego na Brinquedos Trol, ali na esquina da Rua Diana com a Rua Padre Chico perto do Parque Antarctica. Em 1960, sem muitos prédios parecia que era mais perto ainda. Para arrumar esse trabalho, precisou comprar 2 galinhas: uma pro parente que indicou e outra pro futuro chefe… Já na primeira semana de trabalho, tomou um susto, quando ouviu o barulho ensurdecedor do grito de gol da torcida do Palmeiras. Aquilo não era normal. Não entendeu direito, um colega de trabalho explicou. No intervalo, foi pra fora da fábrica pra entender um pouco mais.
    Passado o tempo, acostumou-se e até ficou curioso. Tempos depois criou coragem e numa noite, que chamou atenção pelo número gigantesco de torcedores que passavam pela fábrica em direção ao estádio, resolveu verificar de perto o fenômeno dos gritos. Largou o serviço, sem aviso, se dirigindo para a porta do Parque Antarctica. “O que foi Zé?” – Perguntou o chefe, “Hoje eu quero saber o que é isso!” – Responde o Zé, cismado e curioso. Não tinha dinheiro e nem que tivesse, aquela noite não havia ingresso disponível. Ficou lá fora, junto com milhares de outros torcedores, ouvindo, entendendo e aos poucos, participando.
    Quando Jorge Mendonça marcou o gol que deu o título ao Palmeiras em 76, o Zé Riva vibrou junto com a multidão, como se gostasse de futebol e fosse palmeirense desde o berço. Na verdade, já era, só ele que não sabia ainda… O grito de gol da torcida foi a revelação!
    Esse era meu avô… Ah, um detalhe: como abandonou o posto no emprego teve o seu salário do dia e do domingo remunerado descontado. Minha avó nunca entendeu direito porque, naquele mês, o salário veio menor….
    Quanto a mim sigo a tradição, daquele que primeiro veio a ser da Famiglia e em seguida, do Palmeiras. Sou muito PALMEIRAS e mais ainda desde 12/06/1993, quando vi pela primeira vez, uma lágrima escorrer pelo rosto dele! Obrigado, Zé Riva, por me deixar como herança, essa maravilhosa Famiglia Palmeiras!

    • Grande Fabiano…. sentimentos pelo seu avô. Obrigado por contar sua história. Feliz dia dos pais meu amigo.

  10. DONATO, o Lúcido

    Primeiramente, agradeço ao 3VV por esta iniciativa.
    Há muito tempo venho ensaiando escrever sobre como me tornei Palestrino e agora veio a oportunidade de homenagear e agradecer ao meu irmão e aí meu pai, por me ajudarem a ser Palmeirense, motivo de orgulho e alegria para mim.
    Meu irmão é nove anos mais velho que eu. E, antes de se tornar torcedor do SPFC, clube para o qual torce, torceu brevemente para outros clubes, entre eles, o Palmeiras entre os anos de 77 e 78, quando eu tinha 4 pra 5 anos e começava a me interessar por futebol.
    O exemplo do meu irmão, aliado ao nosso lindo uniforme verde e, com a presença de jogadores como Jorge Mendonça, Leão e Pedrinho foram a chama que acendeu a paixão que perdura até hoje.
    E meu pai, também torcedor do SPFC desde os tempos de Leônidas, foi o combustível que não só manteve a chama acesa, mas a transformou em um incêndio de grandes proporções.
    Ao invés de tentar me demover da ideia de torcer para o Palmeiras, prontamente correu a uma loja de material esportivo na rua Joaquim Floriano e me comprou uma camisa de cada uniforme do Palmeiras. A verde número 4 e a branca, número 7. Fato é que naquele tempo tinha-se de comprar a camisa, depois bordar o distintivo e o número. Tarefa esta que coube à minha mãe (a quem cabem agradecimentos por sempre ter costurado minhas bandeiras – uma delas a de 93, está comigo até hoje).
    Aos meus 5 anos de idade, eu mal sabia o que me esperava nos anos seguintes. E nem preciso detalhar aqui.
    Mas voltando ao meu pai, de 1980 (primeira vez que fui a um jogo do Palmeiras) até 1992, meu pai praticamente deixou de ir aos jogos do clube dele para me levar aos jogos do Palmeiras, além de me presentear, constantemente, com camisas e outros produtos da SEP. Lógico que havia a rivalidade, principalmente quando haviam os “Choques-Rei”, onde, sempre que possível, assistíamos presencialmente. Mas é inegável que meu pai teve participação decisiva para que eu me tornasse o Palmeirense que sou.
    Ah, e também um agradecimento especial para minha irmã, que apesar de torcedora do SPFC, em 12/06/1993 torceu fervorosamente por nós.
    Hoje, meu pai tem 85 anos. Torço para que eu possa assistir a mais um Choque Rei no estádio, junto com ele.
    Um feliz dia dos Pais a todos os papais, independente do clube de coração.

    • Felipe Giocondo

      Grande 3VV, saudações e vida longa ao novíssimo espaço.

      Durante muitos anos, minha principal companhia para ir aos jogos do verdão foi meu tio e padrinho (e a quem considero um outro pai), que também cultivava alguns hábitos inexplicáveis. Um deles era sempre estacionar no mesmo local quando íamos ao Morumbi, não importando o portão por onde deveríamos entrar. Isso proporcionou momentos por vezes complicados, quando era necessário ultrapassar toda torcida adversária.

      E foi assim em 1999, na primeira rodada da Libertadores contra o nosso rival. Talvez em êxtase por vencer aquele mar de torcedores rivais, ao chegar no nosso setor, resolveu que deveria comprar um boné com tranças simuladas do Oséas. Não fazia sentido nenhum aquilo e nem ele mesmo sabe explicar o pq de ter comprado, mas o acessório nós acompanhou na vitória e foi dado aos meus cuidados para esconder no trajeto de volta. Na contávamos, porém, que a raiva da torcida rival fez com que pedissem a todos os “suspeitos” que levantassem a camiseta (geralmente branca), para ver se não havia ali nenhum adereço alviverde. Temendo um desfecho trágico, não nos restou alternativa que não fosse um refúgio em meio a cavalaria da PM, onde ficamos por mais de uma hora aguardando que as ruas se esvaziassem.

      Ficaram as lições: 1) jamais estacione em território inimigo. 2) evite se comportar como um adolescente quando já não se tem mais idade para isso

      Saudações palestrinas

      • Grande Giocondo, obrigado por compartilhar. História daquelas que a gente nunca esquece. Beijos meu querido amigo palestrino. Feliz dia dos pais.

    • Meu querido irmão de outras vidas Marcos Lúcido Donato. Um enorme prazer ter você compartilhando sua história. Bacio nel cuore.

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