Que sabe ser brasileiro

Familia Palestrina

No dia 7 de setembro passado, enquanto milhares de pessoas se dividiam entre saudar a bandeira americana ou se vestir de vermelho, em pleno dia da Independência do Brasil, eu me dediquei a dois fatos muito mais relevantes e importantes.

I-) Canonização do Carlo Acutis. Este jovem ter sido reconhecido santo, é um sopro de esperança para o mundo. Prova que a Santidade não é algo inacessível e sim, está ao alcance de todos. Basta termos empatia, respeito, consideração e amor ao próximo. E, a meu ver, ele tem jeito de Palmeirense. Deve se juntar a San Gennaro, São Vito Mártir e a Beata Clélia Merloni para, dos céus, interceder por nós.

II-) O 60º aniversário das festividades da inauguração do Estádio do Mineirão, onde a Seleção Brasileira foi representada, em sua totalidade, pela Sociedade Esportiva Palmeiras, a quem verdadeiramente considero como sendo a minha pátria, em partida contra a temida Seleção Uruguaia. Para falar um pouquinho mais da história desse evento – antecipadamente peço licença aos meus amigos e historiadores Jota Christianini e Fábio “Megafone” Marcello – vou começar contextualizando sobre quem eram as Seleções do Brasil e do Uruguai.

A Canarinho era a atual bicampeã mundial e três vezes campeã da Copa América. A Celeste era bicampeã mundial e olímpica, e dez vezes campeã da Copa América, além de ter sido a causadora da maior tristeza futebolística do povo brasileiro até então, quando venceu, em pleno Maracanã, a Copa do Mundo de 1950. Tristeza essa que só foi curada em 22/07/1951, com a conquista do primeiro título mundial do Brasil, através da Sociedade Esportiva Palmeiras.

Enfim, o parágrafo acima mostra que se tratava de um duelo de Gigantes, que se repetiria na semifinal da Copa do Mundo de 1970.

Os Uruguaios formaram com Walter Taibo (Carlos Fogni); Héctor Cincunegui (Miguel de Britos), Jorge Manicera e Luis Alberto Varela; Omar Caetano, Raúl Núñez (Homero Lorda), Héctor Salvá e Horacio Franco; Héctor Silva (Orlando Virgili), Vladas Douksas e Víctor Espárrago (Julio César Morales). Técnico: Juan López.

A Seleção Brasileira foi à campo com Valdir de Morais (Picasso); Djalma Santos, Djalma Dias, (Valdemar Carabina), Procópio e Ferrari; Dudu (Zequinha) e Ademir da Guia; Julinho Botelho (Germano), Servílio, Tupãzinho (Ademar Pantera) e Rinaldo (Dario). Técnico: Filpo Nuñez. Era a primeira vez que uma equipe brasileira foi convidada para compor toda a delegação do Brasil. Do técnico ao massagista, do goleiro ao ponta-esquerda, incluindo os reservas.

“Sele-Palmeiras” perfilada antes da partida contra o Uruguai

E o Palestra, treinado por “Don” Filpo Nuñez, vestiu a Amarelinha com propriedade. Goleou a Seleção Uruguaia por 3 x 0, gols de Rinaldo, Tupãzinho e Germano.

Filpo Nuñez, argentino que dirigiu a Seleção Brasileira

Nenhum outro clube brasileiro representou tão bem a Seleção Brasileira quanto o Palmeiras.

Pelo contrário. Teve um timeco que, no mesmo ano, recebeu missão parecida e fez papelão ridículo. Foi derrotado pelo Arsenal, clube que havia sido o 13° colocado no campeonato inglês de 1965 (tipo um Avai da Inglaterra, com todo o respeito ao Avai…), sendo esta, a única derrota da história da Seleção Brasileira para um clube.

Enfim, a CBD aprendeu, a duras penas, que representar a Seleção Brasileira na Era de Ouro do nosso futebol não era para qualquer um… Precisava ser uma verdadeira Academia.

Essa página vitoriosa da nossa história, foi relembrada nos uniformes comemorativos de 2013 e 2025.

Belinha, em janeiro de 2014, curtindo férias na praia com a camisa comemorativa daquele ano.
Flaco Lopez festeja gol com a nova camisa comemorativa

O manto lançado em 2013, foi um grande sucesso de vendas, mesmo com a tentativa de impedimento da comercialização pela fornecedora de material esportivo da CBF (aquela mesma acusada, no início dos anos 90, de envolvimento com trabalho escravo e uso de mão de obra infantil – adivinha qual clube eles patrocinam…)

A camisa lançada em 2025 tem tudo para também ser um grande sucesso de vendas, não por conta da realização da Copa do Mundo no ano que vem, mas, principalmente, pelo que ela significa. O clube, que mesmo com origens italianas, por diversas vezes, representou com excelência e talento, o verdadeiro futebol brasileiro.

Saudações,

Marcos Lúcido Donato   

Comments (4)

  1. Boa, Donato!! Otimo foco e lembrança da data

  2. O único clube a representar a seleção brasileira mantendo o nível de excelência, grande post para os mais jovens conhecerem a nossa grandiosa e secular história e não caírem na ladainha de jornaleiros que torcem para times que eram regionais até os anos 80 e querem fazer parecer que o futebol no Brasil passou a existir de 1980 pra cá; somos Palmeiras, somos Gigantes.

  3. Pinho – Bauru, SP

    Sensacional Donato! Saudades da sua lucidez!!!

  4. Excelente!!! 👏👏👏👏🇳🇬🇳🇬

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