Ainda sobre gol do Rony, VAR, Abel: não é coincidência
Por Vicente Criscio; colaboraram: Santino, grupos de WhatsApp, esquizofrênicos de plantão.
A falta de tempo pelo excesso de trabalho tem me deixado (muito) ausente da minha coluna teoricamente semanal. Pecado mortal para quem criou este espaço e tem a intenção de falar sobre temas relevantes da SEP.
E olha que assunto não falta: a postura correta da Presidente Leila Pereira em defender interesses do Palmeiras na Libra; mas tem a postura incorreta na inércia do tratamento com bastidores e imprensa. Tem a SAF, que patina para uns e continua incompreendida para a maioria de quem vive no futebol; e tem ainda a necessidade de reforços do Palmeiras versus os desafios de caixa.
Mas os eventos da última partida pelo Brasileiro, no Mineirão, no empate contra o Galo, exigem uma manifestação e reflexão. Principalmente para os que nos acusam de vitimistas.
Antes, o jogo
Em condições normais, um empate por 1×1 no Mineirão contra um adversário direto pela disputa do título não é um resultado ruim.
Estádio lotado, Atlético vindo de cinco vitórias consecutivas, Coudet acertando a mão no time, um adversário tradicional nos últimos anos, tudo isso era um tempero que fazia com que os “experts” da imprensa apontassem o Galo como favorito.
Mas o que se viu no 1º tempo, e friso (ops) bem, PRIMEIRO TEMPO, foi um time palmeirense muito superior ao Atlético. Sufocando os mineiros, não dando espaço para saírem jogando, criando chances reais de gol, e o Palmeiras poderia ter saído da primeira etapa com vantagem.
E não apenas pelo gol anulado de forma errada pelo VAR. Antes e depois do gol anulado tivemos boas chances. E tomamos nosso gol no final da primeira etapa, num erro individual (shit happens) e quando, salvo engano, o adversário tinha ameaçado apenas uma vez, numa cabeçada que fez Weverton sujar o uniforme.
Mas o lance do gol anulado de Rony, em uma partida tão crítica, fez diferença.
VAR: necessário mas falacioso
O VAR (junto com a tecnologia) melhorou a qualidade das arbitragens pelo mundo. Inegável isso. A capacidade de se analisar lances capitais como penalidades ou impedimentos ou lances de gol, trouxe ao futebol a redução da imponderabilidade, da injustiça, da “operada” que o sistema outrora trabalhava.
Quem acha que isso é fantasia da minha parte, “remember Duailib” e o caso Ivens Mendes em 1997. Ou ainda o mesmo Atlético sendo operado sem anestesia no Maracanã, pelo errado José Roberto Wright. Um dos títulos de campeão brasileiro mais vergonhoso na história do futebol brasileiro. Não conhece a história? Clique aqui e leia.
Mas voltando ao jogo deste domingo passado, o VAR, ainda operado por ser humano, sofre os efeitos de um futebol brasileiro que parece com nossa política: quem manda, pode e fala o que quer. E quem não manda, bovinamente aceita o que falam.
Foi o que vimos nas justificativas do presidente da Comissão de Arbitragem Luis Seneme. Honestamente, até agora não entendi se a linha foi marcada no ombro ou no quadril. E acho que nem o Seneme.
O vídeo está nesse link. Clique aqui e veja.
Mas falem o que quiser. Esse gol foi absurdamente mal anulado. Punto e basta!
Sobre bastidores ….
… não adianta ficar falando aqui… seria mais do mesmo. O camarada do VAR neste último domingo (Rodrigo D’Alonso) era o mesmo que nos anulou gol legítimo contra a Tombense.
É a segunda vez que o mesmo árbitro de VAR (esse senhor Rodrigo D’Alonso Ferreira) anula um gol com as mesmas características. Então é justo ter a seguinte dúvida: ou esse camarada não sabe operar VAR ou ele tem algo contra o Palmeiras. Leia mais sobre a análise da arbitragem desse jogo na coluna de Oiti Cipriani.
Anular esse gol do Rony foi um CRIME em todos os sentidos. E é o terceiro jogo seguido pelo Brasileirão contra o Galo em BH que a arbitragem no opera a sangue frio.
Não! Não é só coincidência!
Basta procurar o que aconteceu com os envolvidos naquele escândalo da eliminação da Copa do Brasil ano passado. Podem procurar. Continuam apitando e não sofreram nenhuma punição.
O time
De qualquer forma, e misturando os assuntos, é também evidente que o Palmeiras do primeiro tempo foi um e o do segundo tempo, outro. Enquanto teve fôlego, o Palmeiras mandou na partida.
E a explicação é simples: as substituições que ocorreram não mantiveram a qualidade do time. Os reservas, muitos deles revelados das categorias de base, têm muito talento. Mas são jovens e não podemos depender deles para atingir nossas ambições.
Pegue o caso de Raphael Veiga. Nosso meia parece muito desgastado. E é por isso que Abel precisa de uma CONTRATAÇÃO FODA para essa posição, um cara que chegue para disputar posição, que não deixe o nível cair. Jhon Jhon e Luís Guilherme são ótimos, mas ambos têm 21 e 17 anos respectivamente. Não seria nem justo colocar um eventual peso de substituir titulares consagrados nas costas deles.
O Palmeiras necessita de duas ou três peças para encorpar o elenco. A data é julho, durante a janela. Um volante, um meia e um zagueiro que possa eventualmente fazer a lateral esquerda.
E juntando “lé com cré” o time precisa ser MUUUIIIITO superior aos demais, pois o “sistema” vai “operar” muito a SEP para evitar que ganhemos a tríplice coroa. Aliás, tal qual fizeram ano passado na Copa do Brasil e na Libertadores.
Resumindo: não adianta ser superior. Temos que ser muito superiores, e jogar no limite para superar o establishment que não quer nos ver dominar o futebol brasileiro.
Síndrome persecutória? Mania de achar que estão todos contra nós?
Pense o que quiser….
E sobre Abel?
O treinador foi a melhor coisa que ocorreu no Palmeiras nos últimos anos. Em 30 meses de trabalho no Palmeiras mostrou profissionalismo, uma equipe competentíssima, uma inteligência tática, trabalho, trabalho, trabalho. E uma enorme capacidade de explorar o melhor de cada jogador.
Mas Abel errou no episódio do celular. Reconheceu o erro e desculpou-se.
Abel poderia fazer mais. Poderia participar de alguns programas esportivos para tratar do assunto com “humildade” e ressaltar a importância da imprensa. Fazer um balanço da relação, discutir os problemas do futebol brasileiro, o papel da imprensa e sua capacidade de formar opiniões. Retomar o controle da narrativa – odeio essa palavra, ainda mais nessa 3ª feira – mas é o que temos para o momento.
Alguns jornalistas, babacas, quiseram crescer no tema. Mas dado todo o ocorrido, acho que os profissionais sérios da imprensa ficariam totalmente desarmados se Abel abrisse uma exceção para ir em alguns dos principais programas nos próximos dias.
Inclusive, lhes daria a chance para alguns chamá-lo de “colonizador” pessoalmente…
Mas ainda falta….
Voltando ao Palmeiras, e sua estrutura de comissão técnica e diretoria.
Não temos um Diretor de Futebol. Fato!! Tanto para “blindar” o Abel de tanta exposição, protegê-lo das críticas, mas também orientá-lo, colocar limites, repreender.
Ser uma espécie de coaching a um treinador muito preparado, disparado o melhor hoje na América Latina, mas ainda jovem e que reconhece que ainda está aprendendo.
Não é crítica. Nem para Abel Ferreira e nem para Anderson Barros. Convenhamos, não dá para esperar do nosso “presuntinho” (carinhosamente falando, claro) o papel de ser um “coach” do Professor Abel.
E a Diretoria? Sorry! Turma da Zona Oeste, Vila Romana, Moóca, Moema e afins…. não temos Diretoria para isso. Nem Diretor nem Vice Presidente que possa assumir esse papel.
Mas na hora de levantar taça e aparece no gramado pra tirar selfie…. putaquepariu, aí temos um montão!
E para encerrar, vitimismo ou modus operandi?
E finalmente, mas não menos importante, a síndrome de vira latas do palmeirense.
Cansei de ouvir de alguns que reclamamos à toa, que somos vitimistas e bla bla bla…..
Somos vítimas de um enorme complô contra nós? Ou temos uma síndrome persecutória?
Nove em cada dez grupos de whatsapp de palmeirenses discutiram os erros do VAR e naturalmente a grande maioria é da opinião que somos perseguidos desde os tempos dos italianinhos discriminados pela elite paulistana.
Outros, poucos, acham que é viralatismo. Reclamamos demais. Todos os torcedores reclamam. Todos os árbitros erram…. e bla bla bla…..
Minha opinião?
Não somos vira-latas. E sim, existe uma enorme má vontade contra o Palmeiras. Na CBF, na Imprensa, na Comissão de Arbitragem. Anos e anos de erros do Palmeiras aliado a uma discriminação histórica contra os italianinhos nos trouxeram até aqui.
E o tratamento é diferente sim, com times como Corinthians, São Paulo ou Flamengo.
Conclusão
Dito tudo isso, eu não me surpreenderia se o Palmeiras for ajudado nessa 4ª feira contra o Fortaleza. Primeiro porque não precisa de ajuda. Segundo porque criaria o contra-ponto.
Mas continuo achando que se não tivermos um puta time, bem superior aos demais, não atingiremos nossos mais ambiciosos objetivos.
E os “erros” de domingo passado, da partida contra o SPFC na Copa do Brasil de 2022, da semi final da Libertadores onde o Atlhetico bateu à vontade, ou seja onde na dúvida, contra Palmeiras, e sempre com os mesmos personagens, não podem ser tratados como erros normais que acontecem com todos.
Ou seja, não é coincidência: é modus operandi.
Pense nisso!
Saudações Alviverdes!
Comments (7)
lito
Concordo plenamente com você Vicente e com o Diogo Belotto. Infelizmente esse país não é sério em nada. Por isso nunca mais vamos ganhar uma copa. Outra coisa, quando vi o presuntinho bravo, pensei, vai jogar o sapato naquele cara. Mas infelizmente a preocupação é outra, é flash, flash, flash. Precisamos de um lateral direito, só temo os Mayke, um zagueiro, só temos o Murilo e o Gomez (Luan, meu Deus), um volante marcador e principalmente um 10. O Ewerton Ribeiro pode assinar um pré-contrato. Mas nossa diretoria zzzzzzzzzzzzzzzzzz. Saudades do Nobre e do Mattos nesses “eventos”. Enquanto o portuga não for embora, essa imprensa marrom não vai ficar sossegado. Tomara que ele renove até o ano 2030.
Victor
Assoprador de hoje será o irmão do Wilton Pereira de Sampaio. Nos garfou rodadas atrás e essa diretoria nada fez.
Obrigado, viu.
Diogo Belotto
“O Brasil não é um país sério”, frase dita em 1962 pelo então diplomata brasileiro Carlos Alves de Souza Filho, nunca foi tão verdadeira e representa exatamente TUDO que acontece neste país, em todos os cenários. O que mudou de lá pra cá? Cada dia mais perdem a vergonha (ou o medo) de fazer coisas erradas, os “bandidos” estão mais descarados. Não há punição, não há justiça.
Infelizmente ser correto neste país é sinônimo de ser idiota, pq aqui o crime compensa. Ainda bem que sou palmeirense, pois jamais aceitaria meu time ser o que recebe “ajuda”. Meu caráter não permitiria.
Paraiba
“A fome no mundo é por causa que tem gente comendo demais ” … ( Mula Presidente)
Kkkkk Acabamos de receber um ditador, torturador ,narcotraficante. Procurado pelo EUA, no nosso País , infelizmente o Brasil não tem mais jeito não.
O negócio é arruma um time pra torcer na Europa, lá pelo menos o VAR igual pra todos.
Pinho – Bauru, SP
E o tal do Savio que nos garfou perante o Bragantino como prêmio, apitará amanhã contra o Fortaleza…. affff…. essa CBF!!!!
Ale
O Abel errou e está certo em se desculpar em seguida. Afinal, todos somos passíveis de erros.
“Quem nunca errou, que atire a primeira pedra” – E quem reconheceu que errou, palmas!
O Abel está certíssimo em se limitar a fazer as coletivas. Ele não deve se arriscar à “contaminação” desta imprensa lacradora, ridícula e rasa. Participar de circo? Pra quê? Enquanto não houver jornalismo profissional, ele tem mesmo que evitar o contato com esses idiotas.
Essa imprensa despreparada, assim como 99,99% dos árbitros e 99% dos técnicos brasileiros, envergonham o futebol brasileiro.
Depois de importar técnicos, vamos precisar importar árbitros e principalmente jornalistas.
Quantos jornalista começaram a se mexer pra entender um pouco mais de tática, de como preparar um ambiente de trabalho, a fazer melhores perguntas e a se aprofundar no assunto futebol com seriedade, depois da chegada o Abel?
Mas não tem jeito, o negócio é vender click e jogar merda no ventilador! E quando possível, criar um vilão e lacrar o infeliz!
Esses irresponsáveis são meros ditadores que criam regras no seu meio, julgam, punem, acabam com a imagem do profissional e quando conseguem, com a imagem do ser humano.
Abel, você faz parte da minha família. A tua família te desculpa, você nos orgulha e a sua família sempre vai te apoiar.
Avanti Palestra!
Oiti
Quando assumi o compromisso com o Vicente Criscio, de escrever uma coluna sobre arbitragem em jogo do Palmeiras, foi colocado na mesa, que faria, porém, com uma condição inegociável, que seria a isenção de análise, tanto a favor, como contra o Palmeiras… E já se vão 16 meses e mais de 100 matérias.
Por que estou falando isto? Tem um ex árbitro, polêmico, atuante nas redes sociais, me disse que sou parcial em minhas análises, por ser palmeirense (e sou). Uso como critério de análise, em jogos que vou ao Allianz Parque de não entrar em rede social ou ver o jogo na TV, para não contaminar o que vi no campo, a pior.
Contestei o ex árbitro e uso o mesmo argumento nesta postagem. NAO SOU PARCIAL, O PALMEIRAS QUE É Prejudicado CONSTANTEMENTE. Vimos jogos que foram verdadeiros espetáculos circenses promovidos por árbitros sem a mínima condição de arbitrar um jogo de futebol profissional. O VAR operado por humanos, suscetíveis a influências e ingerências, pode interferir em um andamento do jogo. Este VAR acima citado, além destas duas situações, participou de outra, no jogo contra o Flamengo em pênalti de Vidal sobre Gomes e cunhou a celebre frase “agora já foi”.
Enfim, não somos vitimizado, somos constantemente prejudicados e para não ficar escancarada a perseguição, vez ou outra nós ajudam, como por exemplo, contra o Fortaleza. Mas, desafio a memória de todos, tentem lembrar de alguma vez que fomos ajudados contra os times da famigerada rede de tv (leia-se RGT).