O desabafo de Abel: como resolver? existe solução?
Por Oiti Cipriani; colaborou Vicente Criscio
Ainda repercute nas mídias e redes sociais, a entrevista de Abel Ferreira após o jogo Palmeiras 3×0 Internacional, sábado 11/11/2023, na Arena Barueri.
Em síntese, além do calendário massacrante do Brasil, com jogos a cada três dias, reclamou também das entrevistas chatas e cansativas antes e após os jogos, ou seja, normalmente seis entrevistas durante uma semana normal de jogos.
Argumentou que as perguntas são sempre as mesmas, as perguntas individuais, e ele mesmo disse em sua primeira entrevista nos idos de 2020, quando aqui chegou, que não gosta de falar individualmente de jogadores.
Entretanto, nossa criativa mídia esportiva, insiste em alguns temas que o treinador já informou que não gosta de abordar, e quando ele estoura e acaba a paciência, o chamam de suprematista, mal-educado, grosso, etc. Alguns chegaram até ao absurdo de envolver sua família nas polêmicas.
Vendo tudo isso, decidi colocar um ponto de vista aqui, envolvendo não apenas o “achismo”, que é permitido largamente no futebol, mas também com algumas análises objetivas.
A elas: o calendário!
Com relação ao calendário, grande crítica e aparentemente um dos vários motivos de estresse de Abel Ferreira, (infelizmente) nada poderá ser feito! É parte dos costumes e tradições do futebol brasileiro, ir na contramão do bom senso.
Então nesse assunto específico, o caminho é aceitar ou sair.
Como o treinador é um inconformado contra a desorganização, ele “bota a boca no trombone” e gera desconforto na omissa casta que compõe o futebol brasileiro.
Excesso de entrevistas
Com relação às entrevistas, tem uma solução fácil e perfeitamente dentro das permissões das regras e regulamentos do campeonato.
Diz as regras que durante o jogo, somente uma pessoa da Comissão Técnica poderá ficar em pé em sua área delimitada de ação; não especifica se é o técnico, seu auxiliar, roupeiro, massagista, médico ou até mesmo um jogador do banco de reservas. Ou seja, se o Abel Ferreira fosse o roupeiro, ou o auxiliar do treinador, ele poderia ficar na área técnica e dar instruções.
Assim, no sentido de reduzir sua exposição nas entrevistas, e aproveitando que o regulamento é omisso quanto a esta especificação, a solução para tirá-lo da berlinda poderia ser em colocar seu nome como auxiliar técnico, colocando um dos auxiliares em cada partida como o “técnico responsável”. Nesse caso esse “técnico responsável” deveria ser portador da Licença “A” de técnico, emitida ou chancelada pela CBF.
Então teríamos em um jogo: Técnico Andrey Lopes (Cebola) e Auxiliar Técnico Abel Ferreira; no jogo seguinte: Técnico João Martins e Auxiliar Técnico Abel Ferreira. E assim sucessivamente!
Ele cumpriria suas funções como o faz atualmente e voltaria às entrevistas somente depois de 4 jogos e o técnico do momento daria as entrevistas, preservando Abel do excesso de entrevistas coletivas.
Esta seria uma solução inusitada e “sui generis”. Mas como as regras e o regulamento do campeonato brasileiro o permitem, poderia ser usado a favor de quem o interpreta e as entrevistas, com certeza seriam muito mais curtas que os 30 minutos em média.
Mas seria suficiente?
A análise acima aborda apenas a viabilidade do ponto de vista de regulamento, em resolver um dos estressores de Abel (excesso de entrevistas).
Por outro lado, fica subentendido nas entrelinhas que o desconforto de Abel extrapola o calendário cansativo, o excesso de entrevistas, as perguntas pouco criativas da imprensa. Há, talvez, um cansaço sobre as críticas em que o treinador considera injustas, por parte de torcedores, “influencers” (que nem mesmo Avanti são, nas palavras do português), e essas críticas seriam também motivo desse estresse.
E esse, sabemos, é também um problema inerente ao futebol brasileiro, seja pelo torcedor pouco paciente e muitas vezes inconveniente, seja por parte da mídia que gosta mais de polêmicas (que geram cliques) do que de discussões mais profundas e construtivas.
E daí fica a pergunta: reduzir o número de entrevistas seria uma solução para o desconforto de Abel?
O que o leitor do 3VV pensa a respeito?
Leia mais
+Pós Jogo Palmeiras 3×0 Internacional
Comments (3)
luiz sergio neto
Vocês vão me desculpar. Eu idolatro o Abel e gostaria que oferecessem contrato vitalício pra ele MAS, penso que ele tem que entender que com o bônus sempre vem um ônus. O Cara ganha R$ 2,6 milhões por mês, ganhou um reconhecimento e valorização no Brasil que nunca teve na Europa e vem ficar com esse mimimi todo? Já encheu o saco essas ameaças de ir embora. A SEP uma instituição centenária não pode ser refem de treinador nenhum mesmo que seja o maior até hoje como é o Abel. Fico com a frase do maior brasileiro que tivemos, Chico Xavier que, quando perguntado sobre sua morte disse: Morre um capim nasce outro! As pessoas passam mas a SEP continua.
Donato, o Lúcido
A estrutura do futebol brasileiro cansa qualquer um. Inclusive o torcedor.
Má organização, jogos ruins, ingresso caro para os padrões do Brasil, falta de lisura por parte das federações e da CBF, cobranças e julgamentos descabidos e, ainda por cima, uma imprensa asquerosa, que se considera acima do bem e do mal.
Vou pegar um breve exemplo. O uol, portal do grupo folha de são paulo, é pior do que a casa da mãe Joana. Chega a ser nojento o nível das matérias publicadas naquela porcaria. Péssimos comentaristas, alguns deles, inclusive, com sério desvio de caráter. Pior do que site de fofocas.
Em relação à mídia Palestrina, sempre tem algum idiota que quer posar de “bonzão”, afirmando ter “informações privilegiadas”, sendo que, o máximo que deve saber, vem de alguma abobrinha vomitada por algum bêbado das mesas do bar do tênis…
Ainda tem a má vontade e a incompetência da nossa deretoria e os babacas mimados da torcida do Palmeiras. Ô torcida chata…
Enfim, Abel é um herói por aguentar tudo que aguenta nesses mais de 3 anos que está na SEP.
Ronaldo Ramires
tudo isso vai acabar levando o mestre Abel indo embora e é nesse momento que a CBF vai querer contrata-lo prometendo mil coisas e não cumprindo metade nem precisa ser advinha pra saber disso