O adeus a Pelé e as homenagens ao Rei
Por Vicente Criscio
Geralmente essa coluna, assim como o 3VV de maneira geral, quando se refere a algum time adversário, é para comparar modelos de gestão. E quase nunca, para elogiar um adversário ou seu ídolo.
Mas hoje é diferente.
O anúncio do falecimento do Rei Pelé na última quinta-feira bateu em todos que são apaixonados por futebol.
Pelé não só foi um gênio em sua geração. Foi mágico, foi inovador, foi transformador, e colocou a seleção brasileira bem como o time do Santos FC em outra escala no futebol mundial.
Aqui peço ajuda ao meu querido historiador Jota Christianini para lembrar as camisas que Pelé usou: BAC, o Bauru Athletico Club foi o primeiro. Depois Santos, Seleção Brasileira, Seleção Paulista e Cosmos de New York.
Forte, rápido, um preparo físico invejável, de uma inteligência futebolística imensa e uma habilidade com os pés que transcendeu a dimensão terrestre, Pelé foi inspiração para muitos muitos muitos jovens jogadores que surgiram desde sua explosão, ao incríveis 17 anos de idade, campeão do mundo na suécia, até a década de 70.
Para nosso orgulho, valorizou demais os títulos do Palmeiras na época em que jogou. De 1958 até 1969 o Santos teria ganho todos os campeonatos Paulista nao fosse o Palmeiras ter conquistado os títulos em 1959, 1963 e 1966.
A Tristeza da Perda…
Seu falecimento era esperado, vítima de um câncer de cólon que surgiu recentemente mas atacou o corpo do até então quase inabalável Pelé.
Meu amigo-irmão, palestrino até as entranhas, Danilo Cersosimo, quase que numa ingenuidade pueril, chegou a afirmar que antes da doença terminal e do falecimento, Pelé parecia alguém imortal.
De fato, para nós, e repetindo um pouco aqui os mitos gregos, Pelé era como uma entidade que vivia entre os mortais, com suas idiossincrasias, mas para nós era algo como “quase eterno”.
Exagero? Acho que não. Tanto que a repercussão de seu falecimento, ainda que esperado a qualquer momento, gerou uma reação já esperada. No mundo, todos os grandes veículos do futebol e outros esportes e esportistas se renderam a várias homenagens e mensagens de sentimentos para família.
A NASA publicou em seu perfil no Instagram uma constelação em verde e amarelo para o Rei.
Em uma homenagem sabe-se lá de quem, fizeram um mosaico com a imagem do Rei usando as capas de revistas que ele apareceu. Clique em mosaically.com/photomosaic e confira.
Em outra foto, vemos lendas do esporte junto com o Rei. Aqui nosso amigo Bruno Maimone Zanini, do clã Maimone, frequentadores assíduos, jogo sim outro também, do GOL SUL do Allianz, me ajudou a dar os nomes de outras lendas ao lado de Pelé. Confira abaixo:
“Foto absurdamente pesada hein? Billie Jean King, Jim Brown, Holyfield, Chris Evert, Muhammad Ali, John Elway, Pelé, Bill Russel, Kareem Andul-Jabbar, Michael Jordan, Jack Nicklaus e Joe Montana …. PQP!!!” Bruno Maimone Zanini, dez-22
As homenagens vieram de todos os lados e seria impossível escolher as melhores. Mas do lado de cá, eu que assisti Pelé pela primeira vez na televisão, na Copa do México de 1970 – então com 7 anos de idade, já palmeirense mas ainda não tinha ido a um estádio – via maravilhado as jogadas icônicas, como o lance contra o goleiro Marzukievicz do Uruguai…. ou o chute do meio de campo contra a Tchecolosvaquia.
Era um outro futebol, muito diferente do que é hoje, por isso as inevitáveis comparações são injustas. Não se compara Pelé jogando na década de 50, 60 e 70 com qualquer outro jogador que veio posteriormente. E além do mais os números de Pelé falam por si.
Portanto a nossa homenagem …
… que pudemos prestar, além desse post para preservar aqui no 3VV a memória e o respeito a essa lenda do futebol, foi subir um vídeo com Pelé, jovem, e outras lendas, que infelizmente já nos deixaram, como Otello Zeloni, Jô Soares, Ricardo Corte Real, Renata Fronzi e outro gênio, só que do humor, Ronald Golias. Em uma apresentação na Família Trapo, em 1967. Ao final do vídeo, um reencontro do Rei com Golias, no impagável Programa do Ratinho.
Jogaria no Palmeiras?
Pra encerrar, lembro de uma entrevista que o 3VV fez nos idos de 2007, com o então conselheiro do Palmeiras Mariano Barrella, figura fantástica e que tem uma história de Palmeiras dentro do campo – quando foi gandula só para ficar próximo aos jogadores – como fora de campo, seja como torcedor, seja como frequentador das alamedas.
Na entrevista, quando falávamos da Primeira Academia, perguntei se Pelé teria espaço naquele time. Mariano devolveu de primeira: “Não teria Vicente porque naquela época não permitia-se substituições durante o jogo, e no time titular já tínhamos Ademir, Tupãzinho, ….“.
Risadas à parte, e brincadeiras de lado, Pelé passou a ser o ex-jogador de todos os times.
Que descanse em paz!
***
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Comments (4)
Diogo Belotto
Acho tão engraçado quando vejo os comentários dessa geraçãozinha de mimimis falando “ah mas Pelé jogou contra pedreiros, assim era fácil…” e etc. Se era tão fácil, cara pálida, pq só ele conseguiu fazer o que fez? Pq para outros não foi tão fácil? Não tem o que falar e nem comparar, Pelé é Eterno sim!
Excelente texto Vicente, como sempre. Abraços!
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Oiti
Indagação que sempre vejo: será que Pele, Garrincha, Divino, etc jogariam tanto como jogaram nos dias de hoje? Onde prevalece o preparo físico, correria, choques, etc? Minha resposta é sempre sim. Pois eles também teriam um preparo físico muito maior e com o enorme talento que tinham, seriam gênios valendo milhões de euros ou dólares. Jogavam com uma camisa que no final pesava 5 kg com o suor, se tivesse chuva 10 kg
Chuteiras pesadas e muitas vezes com pregos furando a sola do pé. A bola iniciava no peso normal e nos dias de chuva com 4 vezes seu peso.
Imaginem os craques do passado com preparo físico e material de ponta como se usa hoje. Pelé subiria de cabeça 50% mais alto. Garrincha teria seu drible muito mais rápido. Divino deixaria a bola imóvel levantando a perna acima de sua própria cabeça. Enfim, são conjecturas impossíveis de serem aferidas
Bruno Maimone Zanini
Obrigado pela citação meu amigo! Realmente uma foto histórica, excelente texto! Um abraço!